Campanhas de Lula e Bolsonaro caçam vídeos antigos do adversário

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Foto: Reprodução

Apoiadores e as campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Jair Bolsonaro (PL) apostam em resgatar vídeos antigos com ataques e declarações de apoio de atuais aliados dos candidatos como estratégia eleitoral nas redes sociais. O último caso que repercutiu nas redes é do pastor bolsonarista Silas Malafaia rasgando elogios ao então candidato Lula, em uma gravação feita às vésperas da eleição de 2002.

“Você tem dito ‘eu acredito na capacidade do brasileiro de superar crise’. Você (…) quer construir uma nação grande, com mais equilíbrio, com mais igualdade, com melhorias. A nossa oração é que Deus abençoe o Brasil, que Deus abençoe Luiz Inácio Lula da Silva, o próximo presidente do Brasil”, diz Malafaia com seu costumeiro tom apoteótico na gravação.

 

Como se sabe, atualmente o pastor da Assembleia de Deus é um dos mais ferrenhos defensores de Bolsonaro entre as lideranças evangélicas. Além disso, faz ataques recorrentes a Lula a quem já chamou de “dissimulado” e “ladrão”.

Pelo lado do atual chefe do Palácio do Planalto, um dos materiais usados de forma mais recorrente é uma declaração do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), de 2018, no período pré-eleitoral daquele ano em que ele critica duramente Lula.

Na ocasião, Alckmin disse que o ex-presidente queria “voltar à cena do crime” depois de “ter quebrado o Brasil”. Em outro trecho, o ex-tucano fala: “Está também em suas mãos evitar que a corrupção e roubalheira voltem a comandar o país. Evitar a volta do ‘petrolão’, evitar o fim da lava-jato, é você que pode evitar que o preso condenado por corrupção seja solto”.

Essa mesma tática foi aplicada por petistas após o ex-juiz Sergio Moro voltar a se aliar a Bolsonaro e se engajar na campanha do PL. Apoiadores de Lula compartilharam falas de Moro criticando o ex-chefe em eventos como sua filiação ao Podemos.

“Queria combater a corrupção, mas, para isso, eu precisava do apoio do governo e esse apoio me foi negado”, disse o ex-juiz em novembro de 2021, completando: “Quando vi meu trabalho boicotado e quando foi quebrada a promessa de que o governo combateria a corrupção, sem proteger quem quer que seja, continuar como ministro seria apenas uma farsa”.

Nesta semana, após Bolsonaro tentar se desvincular de Roberto Jefferson depois do episódio em que o ex-deputado resistiu a um mandado de prisão atirando e jogando granadas em agentes da Polícia Federal, uma série de fotos dos dois juntos foram resgatadas, além de um vídeo feito numa churrascaria. Na gravação, durante o almoço com outros aliados do presidente, Jefferson canta um louvor para Bolsonaro e pede bençãos para o presidente.

Até mesmo um vídeo antigo do próprio Bolsonaro chamando Lula de “companheiro” e revelando ter votado nele por o considerar a “melhor opção” da disputa em 2002 repercutiu recentemente nas redes.

“Confesso publicamente que votei no segundo turno no Lula. Escolhi o que eu entendia ser a melhor opção. Nós temos esperanças em nosso país no ano que vem, mas temos crises pela frente. Eu espero que o companheiro Lula, já que está na moda falar assim, em seus quadros do PT, do PCdoB, em outros partidos também tem aqui e no Senado gente competente, com honestidade, com caráter e com história para assumir o Ministério da Defesa”, fala o então deputado no vídeo

O Globo