Ciro atraiu bolsonaristas atacando Lula

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Foto: O Globo

A primeira pesquisa da série Genial/Quaest para o segundo turno da eleição presidencial mostra que os votos obtidos por Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (PDT) no último domingo se dividem entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na etapa definitiva da disputa. Entre os eleitores que disseram ter votado em Ciro, 39% afirmam apoiar o petista no segundo turno, enquanto 26% migram para o grupo que quer reeleger o atual presidente. Já na parcela que apoiou Tebet no primeiro turno, 25% agora declaram voto em Lula e 34%, em Bolsonaro.

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O candidato à reeleição pelo PL ganha mais que seu adversário entre os eleitores que votaram em Soraya Thronicke (União), Felipe D’Avila (Novo) ou outro candidato no primeiro turno. Nesse pequeno grupo que somou 1,3 milhão de eleitores na votação do dia 2, Bolsonaro é a escolha de 55% para o segundo turno, contra 19% que optam por Lula.

O ex-presidente, por outro lado, consegue atrair para si um percentual maior de votos dos eleitores que votaram em branco ou nulo ou se abstiveram na primeira votação. São 45% desse grupo os que dizem pretender apoiar o petista, enquanto 28% preferem o atual presidente.

Infográfico mostra migração de votos para o segundo turno da eleição — Foto: Reprodução/Quaest

Passado o primeiro turno, Ciro Gomes foi o primeiro presidenciável a declarar apoio a Lula, ainda que apenas endossando a decisão de seu partido e sem mencionar nominalmente o candidato do PT. Tebet se posicionou nesta quarta-feira, dizendo “reconhecer o compromisso” de Lula com a democracia. Os dois candidatos somaram 8,5 milhões de votos no primeiro turno. A quinta mais votada, Soraya Thronicke, declarou que não apoiará nem Lula nem Bolsonaro. Felipe D’Avila disse que irá anular o voto no dia 30.

Essa cisão dos votos de Ciro e Tebet entre Lula e Bolsonaro mostra como a transferência do potencial eleitoral dos candidatos não se dá automaticamente — ou nem mesmo se concretiza. A preferência de parte dos eleitores do pedetista e da emedebista para o atual presidente é um dos fatores que podem ter influenciado no resultado do primeiro turno, que teve placar diferente do que era previsto pelos institutos de pesquisa.

A Quaest entrevistou 2.000 eleitores de 16 anos ou mais presencialmente no período de 3 a 5 de outubro. A margem de erro é estimada em dois pontos percentuais para mais ou menos. A pesquisa está registrada no sistema do Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-07940/2022.

O Globo