Convidada a evento católico, Janja ignora Bolsonaro

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Foto: Luciana Cavalcante/UOL

Em Belém (PA) para participar da programação religiosa do Círio de Nazaré, a socióloga Rosângela Silva, a Janja, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), evitou comentar a presença de Bolsonaro (PL) no mesmo evento.

Mesmo sem ser convidado pela igreja, Bolsonaro esteve no navio da Marinha durante a procissão fluvial, na manhã de ontem (8). Nas redes sociais, o filho Eduardo Bolsonaro chamou a romaria de barqueata pró-Bolsonaro e recebeu muitos ataques.

A vinda de Janja foi anunciada pelo marido esta semana, pois o ex-presidente preferiu declinar do convite do governador paraense Helder Barbalho para evitar que sua presença fosse apontada como marketing político.

A esposa de Lula chegou à cidade no início da tarde de sábado. Ela veio ao Pará acompanhada do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Seu primeiro compromisso foi a procissão noturna da Trasladação, que assistiu se dividindo entre os palanques da programação cultural Varanda de Nazaré, da cantora Fafá de Belém, e o do governo do estado, que ficam lado a lado na Estação das Docas, ponto turístico no trajeto da romaria. Neste domingo ela volta ao mesmo local para acompanhar a procissão do Círio.

A socióloga evitou comentar a presença de Bolsonaro no Círio. Ao UOL, ela disse que a santa não faz distinções. “Eu acho que Nossa Senhora acolhe todos, não é? Inclusive os nossos desafetos, ele veio… Eu vim aqui mesmo só para agradecer a ela (Nossa Senhora de Nazaré). Então, não vou comentar sobre ele (Bolsonaro)”, disse a socióloga.

Em sua primeira vez na programação, Janja se emocionou durante a passagem da Berlinda que leva a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo espaço. Ela disse que veio para agradecer o saldo positivo do primeiro turno.

“É a primeira vez que eu venho ao Círio, e eu estive aqui em setembro e pedi muito a Nossa Senhora para que a gente terminasse esse primeiro turno com muita tranquilidade, sem violência, que meu marido tivesse em segurança e que nada acontecesse com ele. Vim aqui agradecer isso que ela pode nos proporcionou e pedir que a gente tenha um segundo turno com um pouco mais de paz e amor, e tudo possa correr bem”.

Janja citou o clima tenso da campanha eleitoral, que fez com que ficasse preocupada com a segurança de Lula. “É um turbilhão de emoções aqui, a gente passou uma campanha difícil, em que o ódio está muito presente. A gente vê isso nas ruas, na televisão, nas fake news, e aqui vim aquecer meu coração e levo Nossa Senhora no meu coração para o segundo turno”.

Durante a procissão noturna, o governador Helder Barbalho (MDB) se pronunciou sobre a tentativa de uso político da festividade religiosa. Ele ressaltou que a grandiosidade da manifestação católica ultrapassa o fato de ser a maior do mundo, pois reúne não só a religiosidade, mas a arte, cultura e riqueza do estado.

“O que não é possível é que qualquer um, e aí eu não vou fazer nenhum julgamento do Bolsonaro, mas ou de quem quer que seja, queira fazer isso. É absolutamente intocável o Círio”. Barbalho completou com um recado para quem tiver intenção de ter atitude semelhante: “Quem ousa fazer isso é porque não conhece o Pará, porque não sabe o que o Círio representa para cada um de nós. O Círio é intocável”.

Uol