Crítica de Lula fez Temer aderir a Bolsonaro
Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE
Depois de ser chamado de “golpista” pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último debate do primeiro turno, na TV Globo, o ex-presidente Michel Temer deve anunciar o apoio formal ao presidente Jair Bolsonaro (PL) até sexta-feira. Antes, porém, planeja extrair o compromisso do atual titular do Palácio do Planalto de que vai “defender o legado” do emedebista num eventual segundo mandato, como a manutenção do fim da obrigatoriedade da contribuição sindical e da lei das estatais.
O ex-presidente também deve cobrar que Bolsonaro adote algum tipo de âncora fiscal, já que a política do teto de gastos, criada sob Temer, tem sido atropelada pela atual gestão. Em São Paulo, ele deve dar seu aval à candidatura do ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) contra Fernando Haddad (PT).
Até agora não há um encontro marcado com Bolsonaro. Segundo interlocutores do ex-presidente, a ponte para a formalização de um apoio tem sido feita pelo ministro Fabio Faria (Comunicações) e o candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Temer descartou a possibilidade de apoio ao ex-presidente Lula, contrariado com a fala do petista de que houve um golpe na ex-presidente Dilma Rousseff. Aliás, o destaque de Dilma na campanha de Lula é outro motivo para manter o ex-presidente longe. O ex-presidente rompeu com o PT após o impeachment de Dilma.
A pessoas próximas, Temer afirma que está sempre aberto para o diálogo, mas que não pode ter relações com um partido que o ataca rotineiramente.
Apesar disso, uma ala de caciques do MDB do nordeste está alinhada ao petista desde o início da campanha. Esse grupo formado por lideranças como Renan Calheiros, Eduardo Braga e Isnaldo Bulhões, entre outros, defendia o apoio da sigla a Lula desde o primeiro turno e tentou sabotar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB).