Denúncia bolsonarista tem amostragem pífia

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Foto: Igo Estrela/Metrópoles

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou, na noite desta terça-feira (25/10), uma petição com detalhes da denúncia de que rádios nas regiões Norte e Nordeste teriam deixado de exibir inserções da propaganda eleitoral do candidato à reeleição.

Junto ao documento, a defesa protocolou também uma pasta com arquivos da auditoria feita pela Audiency Brasil Tecnologia, contratada pelo Partido Liberal (PL). A petição, no entanto, não especifica todas as 29 mil inserções a mais do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que teriam sido exibidas por rádios do Nordeste.

No relatório, a campanha do presidente afirma que foi utilizada “uma pequena amostragem de oito rádios” para apontar “discrepância de 730 inserções, em desfavor da campanha do candidato peticionário”. Como cada inserção tem 30 segundos, as 730 propagandas citadas confeririam pouco mais de seis horas de vantagem do candidato petista nas rádios mencionadas.

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“A mera verificação da programação normal das emissoras permitirá, a qualquer cidadão, identificar a aludida discrepância na veiculação das inserções”, argumenta a petição.

De acordo com o documento, a metodologia utilizada na auditoria para constatar a discrepância na veiculação das propagandas dos dois candidatos foi um “algoritmo/código, que captura o áudio emitido em Tempo Real pelo streaming público das emissoras, transforma-os em dados binários e processa os arquivos binários comparando-os com áudios cadastrados no banco de dados da plataforma por espelhamento. Armazenagem em Banco de Dados com guarda dos dados pós-processados para buscas retroativas”.

Segundo a empresa que realizou a verificação, o acesso à plataforma em que é possível consultar o conteúdo veiculado pelas emissoras ocorre “por login e senha com disponibilidade de emissão de todos os relatórios, a saber: Por data e hora (incluindo minuto e segundo), por cidade, por emissora, por spot, por campanha (quando programadas) e por fim, também a emissão de relatório global”.

Na segunda-feira (24/10), o coordenador de campanha do presidente Fabio Wajngarten disse que o número de inserções não veiculadas equivalem a um percentual de 18,24% a menos que Lula. Segundo ele, trata-se de “uma grave violação do sistema eleitoral”.

“Duas empresas de auditorias de mídia, com dados preliminares já entregues à campanha, constataram que na região Nordeste tivemos 29.160 inserções a menos na nossa candidatura, o que correspondem a 241 horas de programação impedida”, declarou.

O resumo da auditoria mostra que no período de 7 a 14 de outubro, 37 emissoras analisadas na região Nordeste veicularam a mesma quantidade de inserções dos dois candidatos, o que equivale a 3,30% do total analisado.

A análise traz ainda que 94 emissoras veicularam mais inserções do PL do que do PT (8,38% dos casos). Não há, porém, a relação de quais seriam as rádios. As outras 991 frequências analisadas teriam entregado mais inserções do candidato petista.

Metrópoles