Expatriados pelo Bolsonarismo comemoram

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Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Após a vitória do candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT), parlamentares e acadêmicos exilados devido a perseguições políticas comemoraram a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). Através das redes sociais, o ex-deputado Jean Wyllys agradeceu o apoio de políticos e artistas à candidatura de Lula e repostou uma foto da professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora do Instituto de Bioética Anis Debora Diniz com a legenda: “voltaremos!”.

Wyllys renunciou ao posto de deputado federal em 2019 devido a frequentes ameaças que recebia enquanto integrava a Câmara. Assim como ele, Debora se exilou na metade de 2018 após receber ameaças de morte por conta de seus estudos que defendem a legalização do aborto.

 

Os ataques, segundo ela, chegaram à sua família, alunos, professores e até à reitora da UnB. A professora, cujo tema central de pesquisa é o aborto, diz não se sentir segura nem no exterior. Mesmo fora do país, as ameaças continuam chegando através das redes sociais.

“Eu não perdoarei que uma ministra de Estado (Damares) tenha me chamado de diabólica, que o presidente tenha me associado à pedofilia, que os deputados de seu partido tenham feito discursos conclamando a minha morte e que seus eleitores tenham me ameaçado. Não perdoarei nem esquecerei”, escreveu a pesquisadora.

A filósofa e escritora Marcia Tiburi, candidata do PT ao governo do Rio em 2018, também se manifestou nas redes sociais neste domingo. Ela deixou o Brasil em dezembro daquele ano rumo aos Estados Unidos sob a justificativa de estar sob ameaças.

“Oi @jairbolsonaro sou aquela professora de filosofia que você persegue e processa por te estudar há anos e expor o perigo que você representa para o Brasil. Desejo que teus caminhos sejam interrompidos hoje, assim como você está interrompendo o povo de votar”, escreveu a filósofa em seu perfil.

 

O jornalista e escritor Anderson França também deu apoio a Lula nas redes. Ele está exilado desde o final de 2018. Recentemente, o jornalista foi alvo de novos ataques após ser identificada uma milícia digital de extrema direita em Portugal que teria ligações com a brasileira, motivo que o levou a se mudar para a França.

“Apesar de todas as tentativas de desqualificação do processo eleitoral, as eleições chegam ao fim e entram para a História como o embate mais violento da democracia brasileira nos últimos anos”, comentou em seu perfil em uma rede social.

 

O Globo