Gilmar intimou Bolsonaro sobre inserções

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Foto: Reprodução

Além de Alexandre de Moraes, outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) teve atuação importante para frear as ameaças sobre a realização das eleições que chegaram a ser gestadas nesta semana. Gilmar Mendes atuou como interlocutor junto à campanha de Bolsonaro e de representantes de outros poderes, após a denúncia apresentada pelo QG do presidente sobre as propagandas eleitorais de rádio. O documento passou a ser usado por apoiadores de Bolsonaro no Congresso para defender o adiamento das eleições.

Como informou a jornalista Andreia Sadi no seu blog, Bolsonaro chegou a dizer a assessores que iria convocar uma coletiva para radicalizar, cogitando propor adiamento da eleição. A sinalização foi feita após Moraes negar o pedido de sua campanha sobre suposta supressão de sua propaganda em rádios. O presidente, no entanto, foi demovido da ideia.

Em conversas com membros da campanha que o procuraram, como o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten, que fizeram uma coletiva para apresentar a denúncia, Gilmar deixou claro que via a iniciativa como “trapalhada” e “pouco crível”. O magistrado pontuou que achava no mínimo estranho uma campanha profissional não ter esse tipo de fiscalização sobre as inserções de rádio, e destacou que isso cabia a elas, não ao TSE.

O ministro também dialogou com membros do clã Bolsonaro e da defesa da campanha, como o ex-ministro do TSE Tarcísio Vieira. Em todas as conversas, deixou claro que o Judiciário não admitiria qualquer ameaça à realização das eleições. Afirmou ainda que, “se perderam o senso de justiça, precisariam manter o senso do ridículo”.

O Globo