Governante de Portugal declara apoio a Lula

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Foto: Reprodução

Às vésperas do segundo turno, autoridades dos governos de Portugal e do Brasil envolvem-se na defesa de candidaturas presidenciais opostas. O primeiro-ministro de Portugal, António Costa (PS), declarou nesta segunda-feira, 24, apoio ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Já o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, fez, em entrevista publicada neste final de semana no jornal O Sol, uma longa e enfática defesa do governo de Jair Bolsonaro (PL).

“O mundo precisa de um Brasil forte, um Brasil que participe das grandes causas da humanidade, do combate à desigualdade, da luta pela saúde e que enfrente as alterações climáticas”, enumerou o primeiro-ministro de Portugal. “O mundo e o Brasil precisam de Lula da Silva presidente”, afirmou. O primeiro-ministro finalizou seu vídeo, enviado à campanha petista, dizendo que sentia “saudades da amizade e da proximidade entre Brasil e Portugal”.

 

Por sua vez, o chanceler Carlos França, ao ser perguntado se acreditava que a população reconheceria os “progressos” (do atual governo) ao voltar às urnas no segundo turno, também posicionou-se politicamente. “Penso que sim, porque acho que o que pode unir uma sociedade é justamente o compromisso com a prosperidade dentro desses cânones de liberdade e de democracia”, afirmou França. E continuou: “Muitos dizem que a liberdade é um valor maior até do que a própria vida”, acrescentou.

Publicada na véspera do ataque com tiros de fuzil e granadas do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra policiais federais, a entrevista de Carlos França apresenta ainda uma avaliação positiva da política de armas do governo Bolsonaro. Segundo o chefe do Itamaraty, o Brasil é hoje mais seguro graças, também, à possibilidade de a população ter acesso a armas.

Segundo sua agenda oficial, na mesma data em concedeu essa entrevista, há cerca de dez dias, o chanceler se encontrou com Mário David, conselheiro político do primeiro-ministro da Hungria, Victor Orban. David é pai de Pedro David, CEO da empresa que adquiriu recentemente o jornal O Sol.

Depois, França passou em revista o planejamento para o segundo turno das eleições em Lisboa – cidade que tem o maior colégio eleitoral de brasileiros na Europa, com 45 mil inscritos. “Fizemos reuniões internas, o chanceler vistoriou os locais de votação e deu apoio a todas as medidas”, disse o cônsul-geral do Brasil na capital portuguesa, Wladimir Valler Filho.

Entre as principais mudanças anunciadas para o segundo turno, está uma nova organização para agilizar as filas, que demoraram até três horas no primeiro turno. A nova logística, sob responsabilidade de empresa contratada pelo Itamaraty, ocupará o gramado onde se realizaram as manifestações de lulistas e bolsonaristas no primeiro turno.

Assim, agora as manifestações políticas não poderão ser realizadas na área da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde estarão instaladas 58 urnas eletrônicas, das 8h às 17h, horário de Lisboa. As regras para votação no exterior são as mesmas determinadas pela Justiça Eleitoral para o território brasileiro.

Estadão