Imprensa americana vê vitória de Lula domingo
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O segundo turno das eleições presidenciais do Brasil foi tema de reportagens especiais publicadas nesta terça-feira pelos dois maiores jornais dos Estados Unidos. O “Washington Post” destacou o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E o “The New York Times” tratou das ameaças feitas pelo candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), ao sistema eletrônico de votação adotado no país.
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Intitulada “Out of prison and leading in polls, Lula nears full political comeback” (“Fora da prisão e liderando nas pesquisas, Lula se aproxima do pleno retorno político”, em tradução livre), a reportagem do “Washington Post” aborda a “impressionante ressurreição” do petista.
A publicação, no entanto, lembra que apesar de ter vencido o primeiro turno e de aparecer na frente em todas as projeções da votação do próximo domingo, Lula também divide as opiniões dos eleitores.
“Amado por milhões de brasileiros e desprezado por milhões de outros, Lula é tipicamente descrito em termos hiperbólicos: ele é um defensor da justiça social e protetor dos pobres – ou um radical de esquerda corrupto que levaria o país à falência financeira e moral”, diz a reportagem.
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Para o “Washington Post”, Lula tem se apresentado como o político que vai restaurar “a estabilidade após quase quatro anos caóticos e isolados de Bolsonaro”. Mas enfrenta a opinião de muitos brasileiros de que ele “ainda é um ladrão que foi solto por uma questão técnica, não por inocência”.
Com o título “How Bolsonaro Built the Myth of Stolen Elections in Brazil” (“Como Bolsonaro construiu o mito de eleições roubadas no Brasil”, em tradução livre), a matéria do “The New York Times” descreve as ofensivas do atual mandatário contra sistema de votação eletrônico do Brasil.
De acordo com o NYT, a repetição consistente de afirmações infundadas “minou a fé de milhões de brasileiros” na lisura da votação de uma das maiores democracias do mundo. A reportagem vasculhou as declarações neste sentido feitas por Bolsonaro ao longo dos últimos oito anos.
“A imagem resultante mostrou um líder eleito, primeiro como congressista e depois como presidente, que construiu uma narrativa de eleições fraudulentas com base em imprecisões, relatórios fora de contexto, evidências circunstanciais, teorias da conspiração e falsidades absolutas – muito parecido com o ex-presidente Donald Trump”, diz o texto.
O NYT mostra, de forma cronológica, como Bolsonaro começou a criticar as urnas eletrônicas quando ainda era deputado federal, logo após a eleição presidencial de 2014.
“À medida que Bolsonaro ganhou poder e fama, suas alegações foram amplificadas por membros do Congresso brasileiro, especialistas conservadores e seus filhos adultos, bem como uma rede mais ampla de vendedores de desinformação”, informou o NYT.
O resultado, segundo o NYT, é que agora o Brasil está se preparando para a turbulência, pois Bolsonaro pode ser derrotado no domingo e já “sugeriu que não aceitaria” outro resultado a não ser sua vitória.