Janja pede ajuda do eleitor no Facebook

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Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

A socióloga Rosângela da Silva, a Janja, mulher de Lula e responsável por suas redes sociais, convocou apoiadores a centrar esforços no Facebook na reta final do segundo turno.

Em um áudio de três minutos que está circulando nos grupos lulistas e cuja autenticidade foi confirmada pela equipe da coluna, Janja também orientou eleitores a evitar engajar publicações de Jair Bolsonaro nas redes sociais.

“Quem não usa mais o Facebook, tá na hora de voltar. Volta, porque lá tem uma galera importante para o vira voto que só está no Facebook”, diz Janja no áudio.

“Digita Lula (no campo de pesquisa do site) e olha todas as publicações relacionadas ao Lula que vão aparecer para você. Todas que acharem legais e positivas, a gente quer que todo mundo veja. Comenta embaixo, curte, reposta. Vai ter publicação de gente que você nem conhece, mas curta mesmo assim, deixa um coração. Assim vamos dar engajamento ao Lula”.

O áudio foi visto na campanha como um gesto de Janja para atender ao apelo de parte da equipe para que se dê atenção especial ao Facebook nesta reta final.

Um dos que insiste muito no tema é o deputado federal André Janones (Avante-MG), que se tornou um estrategista digital informal da campanha do PT após abrir mão de sua candidatura própria ao Planalto.

Janones argumenta que, apesar da impressão de que o Facebook é coisa do passado nas bolhas de esquerda, a rede social tem participação maciça de brasileiros da classe C, D e E, faixa de renda onde Lula é mais forte e em que Bolsonaro tem crescido, de acordo com as últimas pesquisas.

Nas reuniões de campanha, Janones tem destacado que é nessa rede social que se darão as batalhas mais importantes desta reta final, como por exemplo a discussão sobre o reajuste do salário mínimo. Segundo o Datafolha, 62% dos eleitores frequentam o site.

Como já informamos, há muito descontentamento com o fato de que Janja e o fotógrafo de Lula, Ricardo Stuckert, controlam tudo o que é publicado nas redes de Lula, e estariam dificultando publicações mais frequentes e com conteúdo específico a cada rede. Para o Facebook, as fotos e vídeos teriam que ter um visual mais tosco e intimista, sem filtros que pareçam material de propaganda, por exemplo.

No áudio, Janja frisa que não se pode “perder o foco nessa reta final” e admite que a campanha precisa do esforço das redes para virar votos contra Bolsonaro, a quem ela se refere como “caipiroto”.

A gravação, aliás, chegou aos grupos de WhatsApp acompanhada da legenda “A JANJA (com quem o LULA está casado) orientando a ação democrática nas Redes Sociais: nada de comentar ou repassar o que quer que seja acerca do BOÇALNAZI”.

Outra instrução da mulher de Lula aos apoiadores da candidatura do PT é que deem engajamento a conteúdos pró-Lula postados por amigos, conhecidos e familiares para ampliar sua visibilidade. Já conteúdos sobre Bolsonaro não devem ser curtidos ou reproduzidos, ainda que a intenção seja atacar o candidato do PL à reeleição.

“Tudo que for do capiroto (sic), não reaja, nem com não gostei. Não dê público”, declarou. “Se for no YouTube, não assista nenhum vídeo (de Bolsonaro). Mesmo que seja de uma página de esquerda com críticas a ele”, completou.

Outra orientação é que os eleitores não compartilhem ou comentem em publicações críticas a Lula com o intuito de defendê-lo de acusações ou opiniões divergentes.

“Quando mais der palco, mais (a publicação) vai subir (no feed) e ficar visível para as outras pessoas”, disse ela. “Você pode denunciar a publicação que fala mal do Lula, e é importante que faça. Vai ajudar a tirar essas mensagens falsas da rede”.

Na noite de domingo, no Twitter, Janja já havia dado uma deixa semelhante. Referindo-se à prisão de Roberto Jefferson, presidente de honra do PTB, a socióloga convocou seus seguidores a acompanharem uma entrevista de Lula ao canal Desce a Letra. “O bandido (Jefferson) já está preso. Vamos deixar de lado esse balão de ensaio e focar no que importa”, escreveu ao compartilhar a live.

O Globo