Onyx se complica com homofobia contra Leite
Foto: Evandro Leal/Agencia Enquadrar/Agencia O Globo
Candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni (PL) tem colecionado polêmicas na disputa com Eduardo Leite (PSDB) pelo Palácio Piratini. Neste segundo turno, o correligionário do presidente Jair Bolsonaro já foi acusado de homofobia contra o adversário, se recusou a cumprimentá-lo e se tornou meme ao fugir de uma resposta sobre o regime de recuperação fiscal do estado. Onyx chegou a afirmar que Leite estaria “se vitimizando” após ser questionado em um debate sobre o que quis dizer ao garantir que o Rio Grande do Sul teria “primeira-dama de verdade” caso fosse eleito.
De acordo com a última pesquisa Ipec, divulgada em 21 de outubro, Leite tem 50% das intenções de voto, enquanto Lorenzoni aparece com 41% dos votos totais.
Um trecho do debate promovido pelo Correio do Povo, pela Rádio Guaíba e pela e Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), viralizou nas redes sociais. Trata-se da insistência de Leite em ouvir do adversário suas propostas para o regime de recuperação fiscal do estado. O tucano e o bolsonarista discutem por cerca de um minuto.
Durante este período, Leite refaz diversas vezes a pergunta: “Qual a alternativa ao regime de recuperação fiscal, candidato?”. E Lorenzoni evita apresentar suas propostas. Em dado momento, o público chega a sorrir das tentativas do candidato do PL em fugir da questão.
Nas redes sociais, usuários fizeram memes para ironizar a situação. A maioria das piadas comparava o diálogo entre os candidatos com passagens da série de humor “Chaves”. Uma das cenas lembradas mostra o personagem Professor Girafales perguntando para o protagonista: “Supondo que eu tenha quatro laranjas e que eu coma uma. Quantas me restam?”
Chaves então desconversa, diz que a pergunta é muito fácil e pede para o docente fazer outra mais difícil. No final, ele afirma que “sabia isso era com maçãs”.
Onyx Lorenzoni respondendo perguntas de Eduardo Leite. 🐮 pic.twitter.com/3xSzLYPJ9K
— GadoDecider 🐂 (@GadoDecider) October 25, 2022
Desde que Onyx disse no programa eleitoral do dia 13 de outubro que, caso seja eleito, o Rio Grande do Sul terá uma “primeira-dama de verdade” e foi acusado de tentar atacar Eduardo Leite, a homofobia tem estado na pauta das discussões políticas durante a campanha ao governo do estado.
“Tenho certeza que os gaúchos e as gaúchas entenderam que vão ter, se for da vontade de Deus e do povo gaúcho, um governador e uma primeira-dama de verdade, que são pessoas comuns e que têm uma missão de servir e transformar a vida dos gaúchos para melhor”, afirmou o ex-ministro de Bolsonaro na propaganda de rádio.
Segundo levantamento da consultoria Bites, feito com exclusividade para o jornal O Globo, foram mais de 21,8 mil menções sobre o tema no Twitter do dia 3 a 25 de outubro.
Na web, internautas associam, inclusive, o uso excessivo da mulher, a personal trainer Denise Verbling, nas peças do candidato do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma forma de tentar constranger Leite, declaradamente homossexual e em um relacionamento com o médico Thalis Bolzan.
Onyx nega ter sido homofóbico.
Onyx negou um aperto de mão a Leite após um debate realizado Rádio Gaúcha. Em imagens divulgadas pela rádio nas redes sociais é possível ver Onyx dando as costas ao tucano enquanto ele fica parado com a mão estendida.
O aperto de mãos (frustrado) entre Eduardo Leite e Onyx Lorenzoni ao fim do debate da Rádio Gaúcha.
A mediadora @andressaxa sugeriu o cumprimento final entre os candidatos. Leite estendeu a mão, mas Onyx não retribuiu.
Flagras do fotojornalista Mateus Bruxel (GZH)@gzhdigital pic.twitter.com/6CqYmYNgNR
— Gabriel Jacobsen (@gabrieljacobsen) October 14, 2022
O confronto entre os dois no debate foi em tom acirrado já na primeira pergunta quando Leite questionou o candidato do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o ataque homofóbico feito em sua propaganda eleitoral de rádio.