PSB expulsa membros que apoiam Bolsonaro

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Foto: André Dusek e Gabriela Biló/Estadão

O PSB de Minas Gerais anunciou na quarta-feira, 26, a expulsão os prefeitos de Manhuaçu, Maria Imaculada Dutra, de Cláudio, Reginaldo Campos, e de Carmo do Cajuru, Edson Vilela. Segundo a direção estadual do partido, os prefeitos, vereadores e lideranças políticas do PSB que apoiarem a campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) serão desligados da legenda.

O PSB compõe a chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que disputa o Planalto, com o ex-governador paulista Geraldo Alckmin como candidato a vice-presidente.

“Se estou numa igreja, eu rezo conforme o pastor. Pelo nosso estatuto, essa questão (de apoiar Bolsonaro) é infidelidade partidária, o que causa afastamento”, afirmou o presidente estadual do PSB mineiro, deputado Vilson da Fetaemg (PSB-MG).

Num comunicado, assinado pelo parlamentar e o secretário-geral do partido em MG, João Marcos Grossi, o PSB afirma que “não se pode admitir em nenhuma hipótese o apoio à candidatura oponente, encabeçada pelo atual presidente (Bolsonaro)”. Os dirigentes dizem ainda que o partido “não admite nem mesmo a mais remota proximidade com a extrema direita”.

“Nas duas últimas semanas, principalmente em função das pressões, prefeitos, vereadores e lideranças do PSB estão declarando apoio à reeleição do presidente (..) então, todos os filiados que apoiarem Bolsonaro serão expulsos”, informam os dirigentes da legenda em Minas Gerais. O PSB tem 48 prefeitos, 37 vice-prefeitos e 366 vereadores no Estado.

Ao Estadão, Maria Imaculada Dutra, que se encontrou com o general Braga Netto (PL), candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, na véspera da declaração de apoio ao presidente, informou que somente comentará sua expulsão após receber comunicado oficial do desligamento.

A mesma resposta à reportagem foi dada pelo prefeito de Carmo do Cajuru, Edson Vilela, que afirmou ainda não ter sido comunicado pela direção do PSB e por isso não comentaria a questão.

O prefeito de Cláudio, Reginaldo Santos, não foi localizado pelo Estadão para comentar sua expulsão da legenda.

Dutra, Vilela e Santos não apoiaram as candidaturas de Lula e Alckmin no primeiro turno, apoiadas pelo PSB, mas também não declararam apoio a outros nomes que disputavam o Planalto.

O trio apoiou somente a candidatura à reeleição do governador Romeu Zema, que foi amplamente vitoriosa nesses municípios. Em Manhuaçu e Carmo do Cajuru, Zema teve 58% dos votos válidos e, em Cláudio, 57%.

E, embora tenha perdido para Lula em Minas Gerais, por 48% a 43% dos votos válidos, Bolsonaro foi vitorioso nos três municípios: em Manhuaçu, Bolsonaro teve 50% dos votos válidos diante de 43% de Lula; em Cláudio, por 57% a 32%; e, finalmente, em Carmo do Cajuru, por 46% a 44%.

Estadão