PSDB de SP vai abraçar bolsonarismo

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Bruno Santos/Folhapress

O candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad, procurou interlocutores do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), para tentar atraí-lo para seu palanque no segundo turno das eleições no estado.

O governador, no entanto, deve anunciar apoio ao bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) em SP.

O petista teve 35,7% dos votos no domingo (2), e enfrentará o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), que passou à segunda rodada com 42,3% dos votos.

O desempenho de Haddad é considerado crucial também para Lula (PT), que perdeu de Jair Bolsonaro (PL) no estado, o maior colégio eleitoral do país. Ele teve 40,8% dos votos, contra 47,71% do atual presidente.

Haddad conversou com o ex-secretário da Saúde Edson Aparecido (MDB-SP), com Rodrigo Maia (PSDB-RJ), secretário de Ações Estratégicas do Governo de SP, e com outros interlocutores.

Ouviu como resposta que Garcia resiste a apoiar o PT, por questões políticas e também pessoais.

O governador teria mágoa de Haddad pelo fato de seu irmão, Marco Aurélio Garcia, ter sido condenado por lavagem de dinheiro no escândalo da máfia dos fiscais. O esquema foi investigado pela gestão do petista quando ele era prefeito da cidade de São Paulo.

Desde então, a família de Rodrigo Garcia teria aversão ao ex-prefeito.

Do ponto de vista político, Garcia estaria sendo pressionado por prefeitos do interior de São Paulo, que, diante do eleitorado conservador de suas cidades, preferiam apoiar Tarcísio de Freitas para o governo e Bolsonaro para presidente.

Há resistência no PSDB, já que Bolsonaro atacou todas as políticas do governo de João Doria (PSDB) e Rodrigo Garcia, que era o vice, no enfrentamento da epidemia de Covid-19. Mas ela é minoritária.

Já o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que fez aliança com Garcia na eleição para o governo, resistiria ao apoio ao PT no segundo turno de olho nas eleições municipais de 2024. Ele defende que seu partido, o MDB, declare apoio a Tarcísio de Freitas. No plano nacional, a legenda deve liberar seus filiados.

Ele é candidato à reeleição, e Lula e Haddad já teriam se comprometido com a candidatura de Guilherme Boulos (PSOL-SP) a prefeito.

Boulos era pré-candidato ao governo do estado. Recuou para apoiar Haddad com a condição de receber o apoio dos petistas na disputa municipal daqui a dois anos.

Folha