Se eleição empatasse, Lula levaria

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Foto: Michael Dantas e Evaristo Sá/AFP

Os prognósticos apontam para, seja quem for o vencedor, uma pequena margem de votos separando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) ao fim da apuração no próximo domingo. Mas e se, diante de um pleito tão apertado, os dois candidatos acabassem exatamente empatados? Estatisticamente, trata-se de uma hipótese quase impossível, já que mais de cem milhões de brasileiros devem ir às urnas, mas a legislação eleitoral não deixa dúvidas sobre quem, neste pra lá de improvável cenário hipotético, assumiria o Palácio do Planalto a partir de 2023.

O Código Eleitoral diz, em seu artigo 110, que, “em caso de empate, haver-se-á por eleito o candidato mais idoso”. Lula completa 77 anos exatamente nesta quinta-feira, enquanto o atual chefe do Executivo chegou aos 67 anos em março. Com a diferença de uma década entre os dois, o petista levaria vantagem nas regras previstas de desempate.

Lula, aliás, se vencer a disputa, vai se tornar o presidente mais velho da história do Brasil no momento em que tomou posse. Ele superaria Michel Temer (MDB), que tinha 75 anos ao assumir o cargo, em agosto de 2016, após o impeachment da antecessora Dilma Rousseff (PT).

Até hoje, em seis disputas presidenciais que tiveram segundo turno, a menor diferença se deu em 2014, quando a mesma Dilma conquistou 51,64% da preferência dos brasileiros, contra 48,36% de Aécio Neves (PSDB) — uma diferença de 3,28%, o equivalente a cerca de 3,5 milhões de eleitores. No primeiro turno, Lula superou Bolsonaro por pouco mais de 6 milhões de votos, ou 5,2%.

Se a hipótese de empate em âmbito nacional é praticamente impossível, a chance cresce consideravelmente quando tratamos de eleições municipais, já que são universos muito menores de eleitores. Em 2020, por exemplo, pelo menos três disputas por prefeituras foram decididas no critério de idade: Caraúbas, na Paraíba; Kaloré, no Paraná; e Jardinópolis, em Santa Catarina — neste último caso, um candidato era apenas dois meses mais velho do que o outro.

O Globo