Vendedoras de cloroquina não se elegem

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Foto: Reprodução/O Globo

Após ganharem projeção por defender o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 ou com críticas à vacinação, pelo menos seis profissionais decidiram se arriscar nas urnas nas eleições deste domingo. Confira, abaixo, como foi o desempenho de Mayra Pinheiro, Nise Yamaguchi, Raissa Soares, Roberta Lacerda, Maria Emília Gadelha e Edimilson Migowski, que têm em comum, além de não terem alcançado sucesso na empreitada, o fato de terem ficado conhecidos durante a pandemia por conta da desinformação e pela aposta nesse ativo eleitoral para tentar chegar ao Congresso Nacional.

Mayra Pinheiro (PL-CE)
Conhecida como Capitã Cloroquina após participar do desenvolvimento de aplicativo do governo federal que recomendava o medicamento, chegou a ter o pedido de indiciamento solicitado na CPI da Covid por acusações como prevaricação e crime contra a humanidade. Nas eleições deste ano, a cearense disputou uma vaga na Câmara Federal e recebeu 71.214 votos e, a princípio, não se elegeu, mas deve ficar como uma das suplentes do partido.

Nise Yamaguchi (PROS-SP)
Também com pedido de indiciamento pela CPI, na qual alegou que o “tratamento precoce” reduziu hospitalizações e mortes da doença, Nise Yamaguchi (PROS-SP) não se elegeu como deputada federal, apesar dos 36.690 votos recebidos. Durante a campanha, ela usou como slogan: “A partir de agora meu paciente é SP”.

Raíssa Soares (PL-BA)
Na corrida pelo Senado na Bahia, Raíssa Soares (PL-BA) ficou em terceiro lugar e não se elegeu. Durante a pandemia, ela foi secretaria de Saúde de Porto Seguro (BA) e ganhou visibilidade após gravar vídeo em que pedia ao governo federal que enviasse o chamado “kit Covid” a Salvador.

Edimilson Migowski (PL-RJ)
O infectologista chegou a ser nomeado, pelo governador Cláudio Castro (PL), como presidente de um comitê de apoio científico para políticas públicas de enfrentamento à Covid-19. A formação do grupo gerou polêmica justamente porque mais da metade de seus membros já haviam se posicionado publicamente a favor dos chamados tratamentos precoces e contra restrições de circulação para conter o avanço do coronavírus. Migowski, por exemplo, defendia o uso do vermífugo nitazoxanida para tratar a Covid. Candidato a deputado federal no Rio, ele obteve 9.927 votos e não se elegeu.

Roberta Lacerta (PL-RN)
A infectologista Roberta Lacerda (PL-RN) ganhou notoriedade ao se posicionar contra a vacinação. Na disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados pelo Rio Grande do Norte, ela recebeu 14.407 votos e não se elegeu. Durante a pandemia, ela chegou a citar supostos casos de câncer provocados pelo imunizante da Covid-19 e teve a conta suspensa nas redes sociais.

Maria Emília Gadelha (PRTB-SP)
A médica também criticou a imunização contra a Covid-19, agradando a bolsonaristas. Em seu perfil nas redes sociais, Gadelha promoveu lives com temas como “Vacina para Covid-19 e os riscos para a saúde” e divulgou ações contra o passaporte sanitário. Ela quer ser deputada federal.

O Globo