Agência europeia compara Lula a Churchil e De Gaule

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Foto: Caio Guatelli/AFP

Quatro anos depois da prisão por suspeita de corrupção, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito no último domingo para o seu terceiro mandato como presidente do Brasil. Mas o petista não é o único a reassumir o comando de um país após passar um período longe da vida pública. Conheça outros líderes na história mundial que, tal como Lula, voltaram inesperadamente ao centro do poder.

Antes de se tornar uma das figuras mais proeminentes durante a Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill tinha sido forçado a se demitir do comando da Marinha Britânica em 1915, após o fracasso na Batalha dos Dardanelos na Turquia, onde milhares de soldados foram mortos.

Mas 25 anos mais tarde, em maio de 1940, após a invasão da Polônia pela Alemanha nazista, Churchill chegou ao poder no Reino Unido. Primeiro-ministro do governo de coligação durante a guerra, incitou os ânimos no país com os seus discursos inflamados.

Após a guerra, afastou-se da política até finalmente retornar ao poder em 1951, aos 76 anos de idade.

Líder das Forças Francesas Livres na Segunda Guerra Mundial, o general Charles de Gaulle presidiu o governo provisório da França após a libertação de Paris da Alemanha nazista de 1944 a 1946. No entanto, apenas dois anos depois, renunciou ao cargo por não ter conseguido unificar os principais partidos do país. Deixou a vida pública por um tempo após o fracasso do Comício do Povo Francês (RPF, na sigla francesa) nas eleições municipais de 1953.

Contudo, voltou à política em junho de 1958, após o presidente René Coty nomeá-lo como primeiro-ministro da Quarta República francesa. No período, reescreveu a Constituição e fundou a Quinta República, aprovadas em referendo.

Em dezembro do mesmo ano, De Gaulle foi eleito o primeiro presidente da Quinta República, cargo para o qual foi reeleito em 1965.

Em abril de 1969, renunciou à Presidência e abandonou a política definitivamente após o fracasso de um referendo que colocou em pauta a regionalização e reforma do Senado (Câmara Alta do Parlamento).

Após ocupar vários cargos no governo sob a ditadura militar argentina, Juan Domingo Perón foi eleito presidente em 1946 e reeleito em 1951.

Tornou-se um dos grandes mitos da história argentina junto com sua esposa, a atriz Eva Duarte, Evita, que também virou uma importante líder na política. O casal, fundador do peronismo, usufruiu de imensa popularidade, mas um golpe militar os derrubou em 1955.

Perón exilou-se no Paraguai e depois na Espanha. Em junho de 1973, regressou à Argentina como um herói. Foi reeleito em setembro do mesmo ano para um terceiro mandato, 18 anos após o seu exílio, mas morreu menos de um ano depois.

Deng Xiaoping, arquiteto da modernização que tornou a China a grande potência econômica do século XXI, foi destituído várias vezes antes de assumir o poder.

Na segunda: Presidente da China parabeniza Lula e expressa desejo de ‘elevar’ parceria estratégica
Nomeado para o comitê central do Partido Comunista Chinês em 1945, experimentou uma ascensão meteórica após o estabelecimento do comunismo em 1949, mas logo foi afastado por suas visões consideradas capitalistas demais.

Em 1975, tornou-se vice-primeiro-ministro, mas foi destituído no ano seguinte.

Retornou ao poder em 1978, quando deu início à política de reforma econômica que permitiu que a China se tornasse uma potência décadas mais tarde, ficando no poder até 1992.

A líder da oposição em Mianmar ganhou as eleições em maio de 1990, mas uma junta militar do país não permitiu que assumisse o poder, e foi colocada em prisão domiciliar por 15 anos na casa de sua família em Rangum, antiga capital e maior cidade do país.

Tornou-se primeira-ministra em 2016 após o seu partido vencer as primeiras eleições livres em um quarto de século.

No entanto, em fevereiro de 2021 o país viveu outro golpe militar. Suu Kyi vive presa e isolada numa prisão em Naipidau, nova capital de Mianmar.

Desde 1994, Silvio Berlusconi já governou a Itália três vezes: de 1994 a 1995, depois de 2001 a 2006 e novamente entre 2008 e 2011. Os últimos 30 anos da história do país estão entrelaçados com Berlusconi, um dos nomes mais famosos da política italiana.

Aos 86 anos, apesar dos escândalos sexuais e dos processos judiciais que mancharam sua imagem, foi eleito para o Senado como chefe de um dos partidos da coligação de extrema direita que ganhou as eleições legislativas em setembro e nomeou Giorgia Meloni como primeira-ministra.

O Globo