Clima esquenta na Fiesp

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Foto: Julia Moraes/Fiesp

Não bastasse o movimento que explodiu na Fiesp há cerca de um mês visando a derrubar o presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, surge agora um novo polo de fricção na mais poderosa federação de indústrias do Brasil.

No centro da confusão está uma fala de Synésio Batista, presidente do Sindicato da Indústria de Brinquedos, feita na reunião de diretoria de segunda-feira passada, um encontro destinado a lavar a roupa suja entre Josué e seus adversários.

Lá pelas tantas, Synésio levantou-se e disse:

— Eu, por exemplo, sou um comprador de champanhe de mulher que se separa do marido. Recebo as cotações e compro tudo que posso porque o preço é a metade, por causa da raiva. Aí tem uma razão. Uma razão lógica. Foi flagrado o cara com uma garota de 24 HP e então ela se rebelou.

As três linhas acima, de pura misoginia e machismo, com a cara do século passado, não passaram em branco.

Três integrantes de conselhos da Fiesp, a desembargadora do TRT Maria Cristina Matiolli, Marta Suplicy e Grácia Fragalá (vice-presidente do conselho superior feminino) assinaram uma representação pedindo que a direção da Fiesp se manifeste, pois Synesio ofendeu “não só as mulheres presentes, mas todas as mulheres” comparando-as a “veículos automotivos”, o que “com certeza configura crime”.

Mais: pedem que o vídeo com a fala do dirigente patronal seja enviada ao Ministério Público Estadual “para apuração de eventual conduta delituosa”.

O Globo