Desafio de Lula é muito maior desta vez

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Foto: Nelson Almeida/AFP

Após derrotar nas urnas o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), o petista Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em seu discurso, no domingo (30), que “é preciso reconstruir a própria alma deste país”. Essa reconstrução, no entanto, esbarra num Brasil que já não é mais o mesmo que era quando ele deixou o Planalto.

Os problemas que ele vai enfrentar a partir de 1º de janeiro de 2023 não são poucos nem modestos. Terá um trabalho árduo para amenizar a polarização na qual o país mergulhou. “A grande dificuldade do próximo governo vai ser atenuar essa divisão porque eliminá-la eu acho que é praticamente impossível”, diz o cientista político Claudio Couto.

Lula tem reiterado que planeja melhorar as condições de vida dos mais pobres por meio de aumento de gasto do governo, mas ainda não explicou como pretende fortalecer a economia para pagar a conta desse plano.

Será preciso ainda aprimorar o foco dos programas sociais. Especialistas em desigualdade consideram completamente desvirtuada a forma como o ataque à pobreza vem sendo feito desde que começou a disputa pelos pobres na disputa eleitoral.

Também são prementes ações do governo federal para promover a equidade racial.

O presidente eleito tem ainda a missão de devolver ao Ministério da Educação a capacidade de coordenação das políticas de ensino. A situação do setor, que já era precária, agravou-se com a pandemia.

Na saúde, caberá ao presidente eleito lidar com corte orçamentário, demandas reprimidas de exames e cirurgias, e falta de médicos e remédios, além da queda da cobertura vacinal.

Na seara ambiental, o grande desafio é evitar o chamado ponto de não retorno do desmatamento da Amazônia, estimado entre 20% a 25% de perda de vegetação.

Folha