Lula e Alckmin assistirão ao jogo juntos em Brasília

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Foto: Ricardo Stuckert

O presidente e o vice eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), irão assistir ao segundo jogo do Brasil nesta Copa do Mundo em Brasília (DF). A seleção irá confrontar a Suíça a partir das 13h desta segunda-feira (28). Os dois estão na capital federal para compromissos da transição de governo, que tem Alckmin como coordenador.

 

Diferente do jogo entre Brasil e Sérvia na última quinta-feira (24), no entanto, não deve haver uma espécie de evento nesta segunda. Lula e Alckmin devem assistir à transmissão de forma mais reservada – o petista do hotel em que está hospedado com a esposa, Janja. Um dos motivos é o aumento dos casos de contaminação de Covid-19 e a atenção necessária à saúde do petista, que passou por um procedimento cirúrgico na laringe em 20 de novembro. Por conta disso, o presidente eleito assistiu ao primeiro jogo em casa, em São Paulo.

No confronto entre Brasil e Sérvia, houve a abertura do teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, para que a equipe que trabalha no local assistisse ao jogo. Alckmin e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, assistiram no local junto aos outros integrantes técnicos e políticos, além da imprensa. Pipoca e refrigerante foram distribuídos para os presentes que usavam, em grande maioria, camisas da seleção brasileira em uma tentativa de desvincular as cores verde e amarela de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula chegou em Brasília na noite de domingo (27) para cumprir pendências políticas e participar da negociação pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Visto como essencial para que o futuro governo cumpra promessas de campanha, o projeto segue com entraves.

A PEC é negociada desde a semana seguinte à vitória de Lula nas urnas, em 30 de outubro, mas ainda não tem consenso e garantia de aprovação no Congresso Nacional. Diante disso, a apresentação do texto final vem sendo postergada. A expectativa é que a presença de Lula destrave a articulação política em busca de um texto que tenha acordo.

A PEC propõe a retirada da regra do teto de gastos públicos das despesas com o Bolsa Família – em substituição ao Auxílio Brasil – com parcela de R$ 600 e o valor extra de R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos. A pauta foi promessa de campanha de Lula e Alckmin. O custo para os cofres públicos pode chegar a R$ 175 bilhões.

O presidente eleito tem outras pendências políticas na capital federal. Depende do presidente eleito a nomeação dos integrantes que irão compor o grupo técnico responsável pela área da Defesa no gabinete de transição de governo. A área é sensível ao governo eleito pela proximidade de militares com o governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

Lula também precisa definir sua equipe ministerial, que ainda não tem nomes a pouco mais de um mês da posse presidencial. A falta do indicado que irá chefiar o Ministério da Fazenda, inclusive, foi vista como fator que atrapalha a articulação pela PEC da Transição, na avaliação do senador Jaques Wagner (PT-BA).

O Tempo