PF teme ataques à sede da transição no DF

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Foto: Lula Marques/PT/Divulgação

A Polícia Federal vai reforçar a segurança do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, onde a equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai trabalhar desta segunda-feira (7) até a posse do petista.

O time de Lula vistoriou o local nesta sexta-feira (4) junto com o vice-presidente corporativo do Banco do Brasil, Ênio Mathias Ferreira, e o delegado Andrei Passos, chefe de segurança de Lula que está cotado para assumir a direção-geral da Polícia Federal.

Além das providências regulares para esse tipo de situação – como a instalação de detectores de metais e a presença de policiais federais tanto no ambiente interno do CCBB como do lado de fora –, será feito um monitoramento de risco na região para poder adotar providências extras caso se mostre necessário.

Uma das preocupações é com a possibilidade de manifestações e protestos nas redondezas. Brasília é um reduto bolsonarista: na capital, Bolsonaro derrotou Lula com 58,81% dos votos válidos no último dia 30.

Os responsáveis pela segurança de Lula acreditam que episódios de violência política ocorridos nos últimos meses justificam um cuidado extra e podem levar a mudanças no planejamento da segurança no local.

Pela primeira vez, o entorno do CCBB será monitorado a partir de uma “casa de vidro” em que ficarão instaladas as equipes com dezenas policiais federais que se revezarão na vigilância, junto com a equipe de segurança privada que atua regularmente no local. O espaço abrigou a imprensa na transição Temer-Bolsonaro.

“São os tempos em que vivemos”, disse um integrante da equipe da transição à equipe da coluna, em referência à explosão de casos de violência política por todo o país – e os receios com a segurança de Lula.

Ao longo da campanha, a segurança de Lula também recebeu reforços. Do primeiro turno, quando tinha 50 agentes a seu serviço, para o segundo, agentes que até então protegiam Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) também se juntaram ao esquema de segurança do agora presidente eleito.

Para abrigar a equipe de transição de Lula, um espaço de cerca de 3 mil metros quadrados distribuídos ao longo de dois andares, foi desocupado por funcionários do núcleo de gestão de pessoas e da Fundação Banco do Brasil. Pelos próximos dois meses, esse pessoal vai trabalhar em esquema de home office.

Tanto Lula quanto o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin vão ter gabinetes próprios para despachar.

O CCBB é um prédio projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em uma região mais isolada da capital, perto do Lago Paranoá, a 6 km de distância do Palácio do Planalto.

O espaço abriga exposições gratuitas, mostras de cinema e espetáculos teatrais. A programação não deve sofrer ajustes por conta da “convivência forçada” com a comitiva lulista.

Mas a intensa movimentação no centro cultural, que recebe, em média, 60 mil visitantes por mês, preocupa a segurança de Lula.

Esta não vai ser a primeira vez em que Lula vai despachar no local. Em 2009, com a longa e milionária reforma do Palácio do Planalto, o CCBB se tornou sede provisória do governo.

Na época, servidores públicos federais chegaram a fechar uma via de acesso ao CCBB para pedir reajuste salarial.

O Globo