Redes sociais param de falar de Bolsonaro
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Após a derrota no segundo turno das eleições, o presidente Jair Bolsonaro se afastou das redes sociais. Isso fez com que sua participação no debate nas redes sociais caísse de 41,9 milhões, no auge da campanha eleitoral, para 294,8 mil na semana de 10 a 16 de novembro, segundo levantamento da .MAP, agência de inteligência em dados e mídia. O volume de referências dedicado ao atual presidente é o equivalente a 6% das publicações analisadas.
A análise leva em conta, além de publicações, reações como curtidas, comentários e encaminhamentos. O presidente, que era ativo nas redes e fazia postagens diárias, principalmente no Twitter, fez apenas três postagens desde o dia 29 de outubro. No dia seguinte, o candidato à reeleição foi derrotado no segundo turno para Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde então, o presidente e seus aliados vêm mantendo discrição nas redes e pouco falam sobre as seguidos atos golpistas ainda em curso em alguns Estados.
No mesmo período de novembro, Lula registrou 904,9 mil postagens na semana. Em outubro, o presidente eleito foi mencionado em 21,9 milhões de posts.
A pesquisa da .MAP apontou que mais da metade das menções a Lula (65%) vêm da opinião pública bolsonarista e todas essas postagens são críticas, em geral citando casos de corrupção como mensalão e as investigações da Lava-Jato.
Com o fim da disputa eleitoral, as discussões nas redes tomaram uma nova forma e ganharam adeptos que buscavam fugir da polarização entre Lula e Bolsonaro vista na disputa presidencial. O tema política, que liderou os debates em outubro com 76,6% de participação, passou para 44,2% entre 10 e 16 de novembro.
Com um clima mais ameno, houve um aumento na participação dos não militantes, com um salto de 27% para 57%. No período de novembro, o tema de maior destaque foi o combate ao racismo, que obteve 29,6% das manifestações com a chegada de 20 de novembro, dia da Consciência Negra.