Barrar bolsonarismo faz STF melhorar imagem

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Foto: Carlos Moura-8.dez.22/ STF

Alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seus apoiadores, o STF (Supremo Tribunal Federal) teve uma melhora significativa na taxa de aprovação em relação ao meio do ano, aponta pesquisa Datafolha feita nos dias 19 e 20 de dezembro.

A rejeição, por sua vez, oscilou para baixo, no limite da margem de erro. A maioria das pessoas considera o trabalho do Supremo como regular.

Para 31% dos entrevistados, o STF tem realizado um trabalho bom ou ótimo, e outros 31% avaliam como ruim ou péssimo. Entre os dias 27 e 28 de julho, os índices eram de 23% para bom ou ótimo e 33% para ruim ou péssimo.

A pesquisa Datafolha ouviu 2.026 pessoas em 126 municípios de todo o Brasil e tem índice de confiança de 95%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os que consideram o trabalho do Supremo como regular são 34%, uma oscilação de quatro pontos para baixo em relação à pesquisa realizada há seis meses. Há ainda 4% dos entrevistados que não souberam avaliar o desempenho da corte.

O índice de aprovação é mais alto entre os que reprovam o desempenho da gestão Bolsonaro (42%).

A taxa de reprovação, por sua vez, é mais alta entre os homens (36%) do que entre as mulheres (26%), entre os mais instruídos (40%), entre os mais ricos (61%) e entre aqueles que aprovam o atual governo (50%).

A nova rodada do Datafolha ocorre após a conclusão do processo eleitoral, marcado pela investida de Bolsonaro e seguidores contra a cúpula do Judiciário —responsável pela organização das eleições, o Tribunal Superior Eleitoral é composto por ministros do Supremo, incluindo seu presidente, Alexandre de Moraes.

Ao se lançar como candidato, ele reiterou os ataques aos ministros e disse que “esses poucos surdos de capa preta têm que entender o que é a voz do povo”.

O mandatário afirmou que, sob seu governo, o povo tomou conhecimento sobre o que era o Supremo. Em resposta, o público entoou vaias e as palavras de ordem “Supremo é o povo”.

Durante a eleição, o TSE ampliou os poderes de Moraes e permitiu o endurecimento do combate contra fake news e disseminação de desinformação.

O modo de atuação do ministro resultou, por um lado, em várias decisões para tirar páginas de redes sociais de políticos do ar e bloquear canais bolsonaristas; e, por outro, em críticas do presidente e de seus apoiadores.

Parte das determinações do magistrado ocorreu no âmbito do inquérito da milícia digital, que tramita sob sua relatoria no Supremo.

Após a conclusão do pleito, Moraes ainda teve forte atuação contra o bloqueio de estradas e atos antidemocráticos promovidos por simpatizantes do presidente em frente a quartéis.

Em dezembro de 2019, primeiro ano de Bolsonaro no Palácio do Planalto, o Supremo apresentou índices bem diferentes no Datafolha. Teve aprovação de 19% e a rejeição chegou a 39%.

No ano seguinte, porém, já na pandemia da Covid-19, o tribunal atingiu resultados melhores nos levantamentos do instituto. Em maio, chegou a 30% de avaliação do trabalho como bom e ótimo e 26% como ruim ou péssimo.

Em 2021, a taxa de aprovação da corte oscilou para baixo, ficando em patamares entre 23% e 25%. Os índices de rejeição ficaram entre 33% e 35%.

Entre os fatos mais marcantes do tribunal no ano passado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve as condenações na Operação Lava Jato anuladas pela corte e reconquistou os direitos políticos, o que o reabilitou à disputa eleitoral de 2022.

Folha