Bolsonaristas mantém fé no golpe

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Foto: Bruno Ribeiro/Metrópoles

A cinco dias da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o grupo de bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em São Paulo, na zona sul da capital paulista, ainda sonha com um golpe militar que impeça a saída do presidente Jair Bolsonaro (PL) do poder.

A Avenida Sargento Mario Kozel Filho, onde fica a entrada do QG, está interditada há 57 dias por causa do acampamento bolsonarista e é vigiada por equipes da Polícia Militar em suas duas pontas. A estrutura do Exército abriga o Comando Militar do Sudeste e fica ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), nas proximidades do Parque do Ibirapuera.

Em Brasília, um acampamento similar na porta do QG do Exército abrigou o grupo que promoveu atos de vandalismo contra a prisão de um aliado pela Polícia Federal (PF), no dia 12, e o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, acusado de planejar um atentado a bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília.

Em São Paulo, cerca de 70 barracas de lonas permaneciam instaladas na entrada do QG do Exército na segunda-feira (26/12), quando o Metrópoles esteve no local. No grupo de pelo menos 100 pessoas, ainda é forte a crença de que a mobilização pode impedir a posse de Lula no próximo domingo (1/1).

“Este não é um acampamento do Bolsonaro. É um acampamento de Deus, pátria e liberdade”, disse uma senhora vestida com as cores da bandeira do Brasil, aparentando cerca de 65 anos, reproduzindo o lema que o atual presidente explorou na campanha eleitoral.

A cada uma hora, o grupo promove um ato em frente aos portões do QG do Exércio. Cantam o Hino Nacional, rezam o Pai Nosso ou fazem jograis intercalando os gritos de “S.O.S.” com o de “Forças Armadas”.

Ao circular pelo local, é possível ouvir os acampados bolsonaristas falando entre si sobre a expectativa de uma ação militar até o próximo sábado (31/12), véspera da posse de Lula.

Nem mesmo as imagens dos caminhões fazendo a mudança de Bolsonaro em Brasília, que ocuparam o noticiário há cerca de dez dias, desmobilizou o grupo que clama por uma intervenção militar para manter o atual presidente no poder mesmo após a derrota nas urnas.

O acampamento conta com barracas de lonas que possuem até geradores de energia e banheiros químicos separados por gênero. Há estruturas destacadas para receber doações de água e alimentos e para distribuir refeições prontas, além de um comércio ambulante que se instalou no local e vende desde lanches até bandeiras e camisetas com frases a favor do golpe.

Metrópoles