Michelle Bolsonaro pode ser indiciada por atos antidemocráticos

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Foto: Reprodução

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) vai pedir ao Supremo Tribunal Federal o indiciamento da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, dentro do inquérito dos atos antidemocráticos, além da desocupação do Palácio da Alvorada por apoiadores de Jair Bolsonaro.

Caso a Alvorada venha a ser desocupada espontaneamente, o parlamentar quer que o STF impeça que a residência oficial volte a ser palco de vigílias.

Em petição que será protocolada nesta manhã no STF, o senador e aliado de Lula solicita também a apuração e responsabilização dos manifestantes que promoveram tumultos na noite da segunda-feira em Brasília, queimando veículos e tentando invadir a sede da Polícia Federal.

Na mesma peça, Randolfe também solicita o indiciamento das lideranças dos acampamentos bolsonaristas, por conta defesa de teses golpistas, bem como a dispersão destes grupos.

Já o indiciamento da primeira-dama no inquérito dos atos antidemocráticos se justificaria, na argumentação do senador, ao fato de que Michelle forneceu comida a militantes bolsonaristas nas cercanias da residência oficial do presidente da República.

Em um dos vídeos que repercutiram em diferentes redes sociais, um homem, que usava um rádio comunicador similar aos da segurança do palácio, aparece entregando uma bandeja com comida a militantes nos arredores da Alvorada em nome de Michelle. Em outra gravação, uma mulher agradece à primeira-dama pelo gesto.

Desde a noite de domingo, na véspera da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pela Justiça Eleitoral, mensagens com apelos enfáticos para que bolsonaristas se dirigissem ao palácio se multiplicaram em grupos no WhatsApp e no Telegram para uma “vigília” de “resistência”.

O movimento causou apreensão já na madrugada de segunda-feira, em função da diplomação de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A cerimônia transcorreu sem incidentes, mas a tensão tomou conta de Brasília após bolsonaristas tentarem invadir a PF e queimarem ônibus e carros.

A fagulha para os tumultos provocados pelos bolsonaristas foi a prisão do pastor indígena José Acácio Serere Xavante, uma liderança dos protestos antidemocráticos, determinada pelo ministro do Supremo Alexandre de Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República.

Os episódios violentos levaram ao reforço da segurança do hotel onde Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), estão hospedados. Na petição apresentada nesta madrugada ao STF, Randolfe Rodrigues pede que, uma vez identificados, os envolvidos na turba sejam indiciados por terrorismo.

O Globo