STF desidratou Lira, mas ele ainda tem poder

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Foto: Estadão

Até os políticos mais fiéis a Arthur Lira (PP-AL) creem que o presidente da Câmara avançou o sinal quando passou a negociar espaços no governo Lula em nome de aliados. Com a reeleição tratada como “consolidada”, após o apoio de cinco partidos (PP, PL, Republicanos, União Brasil e PSD), Lira passou a buscar cargos para nomes de sua confiança, como Elmar Nascimento (União-BA). O troco veio com as decisões do STF que, segundo leem membros do Centrão, foram abençoadas por Lula. Mas nem no PT se espera que isso signifique que o futuro presidente vá se arriscar em lançar um concorrente na Câmara. A avaliação é que, mesmo sem o orçamento secreto, Lira é o favorito, e o PT não tem um competidor pronto.

Antes da decisão de Ricardo Lewandowski nesta segunda, o presidente do PP, Ciro Nogueira, vinha dizendo que Lira tem cerca de 270 votos e que não depende do orçamento secreto para ser reconduzido.

O Ministério da Saúde – então cobiçado por aliados de Lira – “subiu no telhado”, segundo admite um apoiador dele. Mas pior ficou para o União Brasil, o mais desorganizado dos partidos que desejam ingressar na base de Lula, que agora terá de lutar sozinho por espaço no futuro governo.

Ainda que mantenha o apoio para a sua recondução, Lira pode perder o controle sobre a divisão dos poderes na mesa diretora. Com o pêndulo se movendo para Lula e o PT, por meio da distribuição de cargos – e não mais pelo orçamento secreto –, partidos como o União cogitam se somar à sigla e ao MDB para avançar sobre o PL.

Sâmia Bonfim, deputada federal (PSOL-SP)

“Quando o governo avançar e se mostrar mais ao centro do que à esquerda, aqueles hoje favoráveis ao alinhamento vão optar pela independência.”

Eduardo Bolsonaro, deputado federal (PL-SP)

Vaiado em entrega de diploma no TRE-SP, posou com o documento em mãos sem sorrir, no que, segundo ele, significou um protesto contra o STF.

Estadão