Tarcísio rifa PSDB e União Brasil

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Foto: Reprodução

Depois de 28 anos no poder no Estado de São Paulo, o PSDB deverá ficar, pela primeira vez, de fora do primeiro escalão do governo. O União Brasil, que apoiou a gestão do governador em final de mandato, Rodrigo Garcia (PSDB), também ficará desalojado do primeiro escalão da gestão do governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Os tucanos pleitearam por último o comando do Sebrae. O atual diretor-superintendente, Marco Vinholi, que preside o diretório estadual do PSDB, conseguiu se manter na entidade como diretor de área técnica. Mas a superintendência ficou com Nelson Hervey, aliado do coordenador da transição, Guilherme Afif Domingos (PSD). Afif será assessor especial do governador no ano que vem.

Já o União Brasil, que ocupou politicamente o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) durante toda a gestão João Doria (PSDB) e Rodrigo Garcia, perdeu o comando da autarquia. Tarcísio colocou um aliado no DER, o coronel reformado do Exército e superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em São Paulo, Sergio Cordelo.

Tarcísio priorizou nomes de seu círculo mais próximo, com quem trabalhou no Ministério da Infraestrutura, e contemplou o PSD. Gilberto Kassab foi o fiador político de sua chapa. O vice, Felício Ramuth, também é do PSD.

O governador eleito deverá manter o tamanho da estrutura do secretariado nos padrões da atual administração Rodrigo Garcia. Mas Tarcísio está promovendo mudanças no modelo de secretarias, que envolve fusões e extinção de pastas.

Hoje há 23 secretarias de Estado. O governador eleito afirma que a intenção é contar com 22.

Uma mudança estrutural significativa é a extinção da Secretaria de Desenvolvimento Regional, controlada pelo PSDB, que faz a interface com os 645 municípios do Estado. Essa função passará ao futuro secretário de governo, Gilberto Kassab, que é presidente nacional do PSD. Outra é a fusão de Fazenda e Planejamento em uma só pasta.

O primeiro escalão do governo Bolsonaro formará parte estratégica do governo Tarcísio. Wagner Rosário, atual controlador geral da União, será o chefe da controladoria geral do estado.

Samuel Kinoshita, que trabalhou com Paulo Guedes no Ministério da Economia, será secretário da Fazenda. O próprio Guedes era a primeira escolha para o cargo. Mas ele não quer morar no Estado e atuará à distância como conselheiro. O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, será o secretário de Gestão e Governo Digital.

O bolsonarismo raiz teve espaço em apenas uma secretaria, a da Segurança Pública, que será ocupada pelo deputado federal Guilherme Derrite, do PL. A escolha envolve estratégia partidária, uma vez que o PL é o maior partido da Assembleia Legislativa de São Paulo, com 19 deputados.

O governador eleito tratou de garantir apoio de cerca de dois terços dos 94 deputados estaduais paulistas. Também contemplou o PSC escolhendo o vereador Gilberto Nascimento Jr., ligado a evangélicos, para a Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado.

Até o meio da semana que vem as equipes de transição vão apresentar as informações de cada eixo de transição.

As outras 11 secretarias deverão ser anunciadas na semana que vem, entre as quais a da Mulher, que deverá ser chefiada pela deputada federal bolsonarista Rosana Valle (PL).

Na Administração Penitenciária, o procurador aposentado Antônio Ferreira Pinto, que ocupou o cargo no governo José Serra (PSDB), surge como mais cotado. Para a Agricultura são mencionados o empresário João Sampaio Filho e o deputado estadual Frederico D’Avila (PL).

Seguem indefinidas as secretarias de Cultura, Desenvolvimento Social, Pessoa Com Deficiência, Esporte, Habitação, Justiça e Cidadania, Transportes Metropolitanos e Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico.

Valor Econômico