Empresária golpista diz que polícia facilitou ataque
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Apontada pela Advocacia Geral da União (AGU) como uma das financiadoras dos atos terroristas cometidos em Brasília, a empresária Nelma Barros Braga Perovani aparece nas redes sociais em fotos ao lado de expoentes do governo de Jair Bolsonaro (PL). Além do pastor Milton Ribeiro, a quem descreve como “amigo” em sua conta do Twitter, Perovani também esteve com Marcos Pontes. Os dois foram ministros da Educação e Ciência e Tecnologia, respectivamente.
Um novo relatório elaborado pela AGU mostra que ao menos 2.851 pessoas viajaram para Brasília entre quinta e domingo, dia das invasões aos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. No documento, consta que Perovani fretou um ônibus no dia 6 de janeiro com origem em Bauru (SP).
No dia 15 de fevereiro de 2021, ela esteve ao lado de Milton Ribeiro e Marcos Pontes, então ministros das pastas da Educação e Ciência e Tecnologia, e da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota). Na legenda, Perovani descreveu: “Revendo amigo Milton”.
Em outra ocasião, desta vez no dia 22 de junho de 2022, a empresária participou de um encontro com representantes do setor produtivo em Bauru, onde estavam o atual governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Salles (PL), hoje deputado federal. Os dois foram, na ordem, ministros da Infraestrutura e Meio Ambiente.
O deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) também aparece no perfil de Perovani. Ele foi preso em fevereiro de 2021 por publicar um vídeo com injúrias e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal. Além de pedir pela liberdade do parlamentar, a empresária ainda o parabeniza pela “força e resistência”.
Nelma Perovani é a criadora de um canal de mensagens no aplicativo Telegram, chamado de Selva Brasil, mas o grupo não foi encontrado. No Twitter, a empresária escreveu que o canal foi “censurado”.
Em vídeo nas redes sociais, gravado no dia do ataque em Brasília, Perovani aparece ao lado de um homem, a quem questiona repetidas vezes se os guardas realmente estavam tentando afastar os manifestantes:
— Geraldo, você achou que aqueles guardas estavam a fim de enfrentar a gente? Não “tava”. É pra inglês ver. Pouco gás que jogaram na gente, mas não tinha como. Tinha que ser assim — diz nas imagens.
O GLOBO tentou contato com a empresária, mas não conseguiu resposta até a conclusão desta reportagem.