Ex-chefe bolsonarista da PRF tentou intimidar Alexandre de Moraes

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Foto: Clauber Cleber Cetano – 02.dez.2021/PR

No dia 30 de outubro, quando o eleitorado estava seguindo para as seções eleitorais, surgiram bloqueios da Polícia Rodoviária Federal em estradas do Nordeste, onde sabidamente estava o grosso do eleitorado de Lula.

Essa era a hora de a onça beber água, e água a onça bebeu. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, convocou com urgência o diretor da PRF ao seu gabinete.

Ao ser chamado, Silvinei Vasques tinha motivos para saber qual seria a agenda. Por alguma razão, ele teve a ideia de ir ao ministro com acompanhantes, todos ostensivamente armados.

Sentaram-se no gabinete de Moraes e Vasques repetiu a patranha de que se tratava de uma operação para fiscalizar pneus carecas de ônibus.

O magistrado, ex-secretário de Segurança de São Paulo, não entrou na discussão dos pneus e surpreendeu Vasques dizendo, com todas as palavras, que se ele não retirasse imediatamente os bloqueios seria preso.

Os bloqueios foram retirados, o diretor da PRF deixou o cargo e se aposentou aos 47 anos.

Tentar melar uma eleição poderia ter sido um projeto. Entrar com um grupo armado no gabinete de Moraes foi uma ideia errada querendo intimidar a pessoa errada.

Na segunda-feira, durante uma partida de futebol americano, o craque Damar Hamlin, de 24 anos, foi abalroado numa daquelas cenas típicas do esporte, perdeu os sentidos, teve uma parada cardíaca, foi reanimado e desde então luta pela vida num hospital. Essa é a má notícia esportiva.

A boa notícia: Hamlin foi um menino negro criado num subúrbio de Pittsburgh. Em 2020, Hamlin criou uma instituição destinada a amparar e comprar brinquedos para crianças de sua cidade impactadas pela pandemia da Covid. Sua meta era arrecadar US$ 2.500.

Na tarde de quinta-feira as doações chegavam a US$ 7,3 milhões.

No século 19 viveu em Pittsburgh outro menino pobre. Andrew Carnegie tornou-se o homem mais rico dos Estados Unidos. Em 1889, aos 54 anos, ele disse que “morrer rico é uma desgraça”. Passou o resto da vida distribuindo o que amealhou. Em dinheiro de hoje, doou US$ 5,5 bilhões, inclusive para 2.500 bibliotecas.

Folha