Filho de Dirceu quer pragmatismo para compor mesa da Câmara
Ranier Bragon – 17.jan.2023/Folhapress
Zeca, que endossa o apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL), disse que a disputa na Câmara “não é o momento de ‘sair bem na foto'” e “tentar criar um enfrentamento para daí ter uma notícia positiva por uma semana no jornal”. Para ele, a prioridade é mirar espaços de poder que terão impacto por dois anos.
“Todos sabem o quanto que o Arthur Lira acumulou poder e força diante até das fragilidades e da omissão
do governo anterior. Ele coordenou grande parte da execução do orçamento do país e já tem votos suficientes independentemente da bancada do PT para se eleger presidente”, comentou.
O filho do ex-ministro José Dirceu (PT) criticou ainda Deltan Dallagnol (Podemos-PR), seu futuro colega de Parlamento. Para o petista, o ex-procurador não vai conseguir se estabelecer na Casa por ser prepotente e não ter humildade para negociar. “Eu acho que ele não tem os predicados e é muito mal visto. Não consegui achar ainda um deputado, uma deputada, que tenha um mínimo de simpatia por ele.”
O líder do PT disse que o perfil de Deltan é parecido com o do futuro senador Sergio Moro (União Brasil-PR), a quem chamou de “juiz ladrão”. Para Zeca, “esse povo não vai ter vida fácil, não”.
Na entrevista, sobrou também para governantes de estados e municípios que contestam o reajuste salarial dos professores de escolas públicas, anunciado pelo MEC (Ministério da Educação). A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) diz que o ato foi ilegal.
Zeca disse que é preciso ajudar os entes “que realmente não têm condição financeira” a honrarem o piso nacional do magistério, mas que esse não seria o caso de todos.
“O que a gente tem visto ao longo dos últimos anos são municípios que ampliaram e muito a sua arrecadação, são estados que ampliaram e muito a sua arrecadação e mentem. Mentem descaradamente dizendo que não têm dinheiro para pagar o piso dos professores”, afirmou.