Golpistas presos não podem receber visitas
Nada de visitas. Os 1,4 mil extremistas que foram detidos durante os atos de destruição praticados no domingo, 8, em Brasília, estão proibidos de receber visitas pelo prazo de 14 dias. A regra faz parte do protocolo sanitário do Distrito Federal adotado nas penitenciárias: seja qual for o resultado do exame de Covid – positivo ou negativo-, o detento tem que permanecer em isolamento por duas semanas.
A única pessoa autorizada a contatar os detidos na cadeia é o advogado. Ainda assim, a conversa só pode ocorrer dentro do “parlatório”, sala em que o preso fica separado do advogado por uma tela de vidro e onde conversa com o uso de um telefone.
Todos os detidos, incluindo os bolsonaristas reconhecidos pela postura de rejeição à vacina contra a Covid, postura que foi alimentada durante toda a pandemia pelo então presidente Jair Bolsonaro, tiveram de ser obrigatoriamente vacinados ao chegarem nas penitenciárias. Aqueles que apresentaram resultados de testes positivos foram isolados dos demais.
Como a entrada dos presos e presas ocorreu entre os dias 11 e 13 de janeiro, isso significa que as visitações de familiares e amigos só estarão liberadas a partir do dia 25 de janeiro.
Como mostrou o Estadão, tanto os homens enviados para o Centro de Detenção Provisória da Papuda, quanto as mulheres encaminhadas para a mesma estrutura da Colmeia, receberam, ao chegar aos presídios, um colchão enrolado para dormirem. Por razões de segurança, não são distribuídos travesseiros, peças que podem ser usadas para atos de violência. Além disso, ganharam um uniforme com camiseta branca e um kit de higiene contendo sabonete, creme dental e escova. No caso das mulheres, foi disponibilizado, ainda, absorventes.
Na entrada da prisão, os golpistas passaram por um processo de triagem médica. Uma força-tarefa foi montada para fazer exames nas pessoas, vaciná-las e tomar nota daquelas que têm algum tipo de comorbidade ou dependem de algum medicamento regulado. Todos tem direito a tomar “banho de sol” uma vez por dia, além de quatro alimentações, incluindo café da manhã, almoço, café da tarde e jantar.
O presídio da Papuda, conhecido por ser o destino de políticos corruptos, fica em uma área isolada de Brasília. Diferentemente do que ocorre em presídios localizados em grandes cidades, onde familiares costumam se aglomerar em frente aos portões, não há acesso público a essas áreas da Papuda. Uma guarita policial distante do complexo de prédios impede a aproximação de qualquer pessoa sem a devida autorização. Isolado no meio da vegetação do Cerrado, o complexo prisional mal é visto por quem passa na região.