Governador de SP cobra os outros pelo que fez

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Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu nessa segunda-feira (9) “gestos de todos, do Executivo, do Legislativo e do Judiciário” para promover a pacificação, após os ataques de radicais bolsonaristas que destruíram os prédios dos três Poderes no domingo, em Brasília.

A fala de Tarcísio foi feita em reunião promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com governadores e representantes dos 26 Estados e DF, além dos presidentes do Congresso Nacional e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Peço a Deus que a gente tenha sabedoria para construir a pacificação”, disse Tarcísio.

Tarcísio chegou a recusar a ida à reunião, mas mudou de ideia posteriormente. “Era muito importante estar presente no dia de hoje neste ato de solidariedade aos Poderes constituídos. Solidariedade ao STF, ao Congresso e à nossa democracia”, disse. “E essa reunião de hoje significa que a democracia brasileira vai se tornar ainda mais forte, depois dos episódios de ontem”. O governo paulista se comprometeu a desfazer os acampamentos de extremistas no Estado, depois de decisão judicial, mas afirmou que não usaria força nem violência contra apoiadores de Bolsonaro que contestam o resultado da eleição presidencial.

Segundo o secretário estadual de segurança, Guilherme Derrite, São Paulo tinha 34 pontos de ações de bolsonaristas radicais. O secretário disse que cumprirá em até 24 horas a ordem judicial, do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para desmobilizar acampamentos dos extremistas.

Aliado de Bolsonaro, Capitão Derrite, como é conhecido o secretário, ponderou que as ações policiais seriam pacíficas e baseadas no “diálogo”. Ao falar com a imprensa, o secretário ressaltou que a polícia não iria atuar de forma violenta contra os bolsonaristas radicais. O maior acampamento dos apoiadores de Bolsonaro estava na capital paulista, em frente ao quartel general do Exército, no Comando Militar do Sudeste, ao lado da Assembleia Legislativa de São Paulo.

“Vamos cumprir a ordem judicial. A maneira como ela vai ser cumprida que vai ser o diferencial em São Paulo”, afirmou Derrite, ressaltando que as ações “pacíficas” e com “diálogo” são uma orientação do governador.

Derrite disse ainda que o governo optou por não colocar viaturas da Tropa de Choque em frente à Assembleia paulista, na capital, perto dos bolsonaristas radicais, para não assustar os manifestantes. Durante coletiva à imprensa, o secretário reforçou que os protestos dos extremistas em São Paulo estão dentro da lei.

O secretário afirmou que as ações de terrorismo que aconteceram em Brasília, com invasões e depredações nos prédios do Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Congresso Nacional, “não encontram similaridade” com as manifestações e os manifestantes em São Paulo. Derrite afirmou ainda que cabe à Polícia Federal a investigação de quem está financiando e coordenando os atos de bolsonaristas em São Paulo.

Valor Econômico