Inquéritos sobre ataques a yanomamis soterram PF
Foto: Bruno Kelly/HAY/Arquivo
A Polícia Federal (PF) tem 68 inquéritos em andamento para apurar a extração ilegal de minérios em território Yanomami. Entre as investigações está o inquérito instaurado, por determinação do Ministério da Justiça, para apurar os crimes de genocídio, omissão de socorro e crimes ambientais.
O inquérito foi aberto semana passada e tramita na Superintendência de Roraima sob sigilo.
De forma reservada, fontes da Polícia Federal revelam que operações chegaram a ser planejadas nos últimos anos, mas que a instituição não contou com suporte logístico de outros instituições federais para combater o garimpo. As operações precisam contar, por exemplo, com suporte do Exército para envio de aeronaves e para a liberação do Aeródromo de Surucucu, que fica dentro do território indígena.
De 2019 até agora, a PF encerrou 123 inquéritos sobre a atuação ilegal de garimpeiros em território Yanomami.
A nova gestão da PF promete uma atuação mais enfática para combater crimes na região com a criação da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente.
Maior reserva indígena do Brasil, a Terra Indígena (TI) Yanomami registra nos últimos anos agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de crianças e adultos com desnutrição severa, verminose e malária, em meio ao avanço do garimpo ilegal.
Na segunda-feira (16), o Ministério da Saúde enviou uma equipe multidisciplinar para a TI para fazer um diagnóstico sobre a situação da saúde dos indígenas. Na sexta (20), o ministério declarou emergência de saúde pública para enfrentar à desassistência sanitária das populações em território Yanomami.