Janja vira fenômeno de popularidades nas redes
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Em pouco mais de 20 dias de governo, a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, mostrou a que veio e já acumula mais visibilidade nas redes que a maioria dos ministros. Com postagens quase diárias e agenda de compromissos próprias e com o marido, ela expõe nas redes registros de reuniões e fotos com políticos e artistas.
No Twitter, ela soma mais de 1 milhão de seguidores, seguida de perto pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e com números menores apenas que os do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.
Os números de Janja na rede também são os que vêm apresentando o maior crescimento no último mês. De acordo com a plataforma Social Blade, ferramenta que monitora a atividade de grandes perfis nas redes sociais, Janja ganhou mais de 202 mil seguidores nos últimos 30 dias. Ela teve um grande salto a partir de setembro, no início da campanha eleitoral.
A perfomance digital de Janja é um espelho do protagonismo da primeira-dama, que coordenou a bem-sucedida cerimônia de posse, em 1º de janeiro, e ganhou gabinete próprio no terceiro andar do Palácio do Planalto, mesmo piso da sala do presidente Lula. Ela despacha diariamente do edifício, com direito a duas assessoras. Filiada ao PT desde 1983, seu gabinete exerce um papel mais ligado à militância.
No Instagram, Janja tinha o perfil privado até as vésperas da eleição. Ao tornar sua conta pública, em agosto do ano passado, o primeiro story que postou foi uma caixa de perguntas com a hashtag #JanjaResponde, em que buscou se apresentar para o eleitorado. Agora, ela acumula 2 milhões de seguidores, um pouco menos que Haddad, com 2,2 milhões.
Popular na rede, ela exibe fotos do dia a dia com Lula, divide com os seguidores imagens dos pets de estimação do casal e aparece em registros ao lado de personalidades pop, como as artistas Ludmilla, Duda Beat e Pabllo Vittar. Recentemente, a primeira-dama também mostrou como é o seu gabinete no Planalto.
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Janja destoa da antecessora, Michelle Bolsonaro, que passava a maior parte do tempo reservada no Palácio da Alvorada e com compromissos particulares. Quando Michelle vinha a público, era para participar de atividades religiosas ou marcar presença em eventos do programa Pátria Voluntária, que comandava e que acabou extinto pelo governo petista.
Desde a campanha, Janja defendia a ressignificação do papel da primeira-dama. Ela demonstrou a intenção de se descolar de pautas meramente assistencialistas e citou como exemplos de inspiração a argentina Evita Perón (que teve influência no primeiro governo do marido, Juan Domingo Perón, entre 1946 e 1955) e a americana Michelle Obama (figura de destaque nos oito anos que Barack Obama ficou à frente da Casa Branca, de 2009 a 2017).
A esposa de Lula esteve presente nas posses de quatro das 11 ministras mulheres do governo, sendo que em alguns o próprio presidente não compareceu. Na primeira reunião ministerial do governo, ela deu para cada um deles uma cópia da foto oficial de Lula com toda a equipe tirada no dia da posse, em 1º de janeiro.
Janja também assumiu a frente dos trabalhos de recuperação do Planalto, após os ataques terroristas de 8 de janeiro, que destruíram parte do patrimônio histórico e artístico do palácio. No último dia 10, ela recebeu pessoalmente a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, para um balanço da destruição.
Janja e Lula estão casados há oito meses. A diferença de idade entre eles é de 21 anos. Socióloga e “petista de carteirinha”, Janja se aproximou de Lula em um jogo de futebol, em 2017, após a morte de Marisa Letícia.
Durante o período de cárcere de Lula, entre 2018 e 2019, Janja ajudava na organização da vigília em frente à superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba e visitava o então ex-presidente às quintas-feiras. Ela fazia até a triagem de quem tinha contato ou não com o namorado na cadeia. O ex-metalúrgico oficializou publicamente o namoro com a nova primeira-dama no dia em que foi solto.
Logo após Lula deixar a prisão, o casal se mudou para um sobrado alugado em um bairro nobre de São Paulo e adotou a cadela Resistência. O valor da locação é pago pelo PT.