Josué segue combatendo o golpe
Foto: Correio do Brasil
Em uma tentativa de dissuadir a oposição à sua gestão na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, realizou uma reunião no fim da tarde dessa segunda-feira (23) com adversários convocados para “debater o futuro da Fiesp”.
A adesão ao encontro realizado não foi alta, conforme apurou o Valor. Dos 47 sindicatos envolvidos, cerca de 25 haviam confirmado presença. Até o início da noite não havia consenso entre Josué e seus opositores sobre a permanência do empresário na presidência da entidade.
Dono do grupo têxtil Coteminas, Josué enfrenta intensa oposição à sua gestão desde o fim do ano passado, liderada por diretores da Fiesp que também são dirigentes desses sindicatos patronais. No dia 16 de janeiro deste ano, 47 sindicatos decidiram destituir Josué da presidência após a realização de duas assembleias consecutivas e tumultuadas que duraram mais de 5 horas e tiveram discussão e bate-boca. A votação deu-se na base do braço levantado e Josué deixou o recinto antes do final.
Desde a decisão por sua destituição, Josué tem recebido manifestações de apoio de diretores da Fiesp e de personalidades de fora da entidade. Nessa segunda-feira foi a vez da Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestar “apoio irrestrito e incondicional” à permanência de Josué no comando da Fiesp.
“Ele tem toda a capacidade, além do respeito e do reconhecimento de seus pares, para trabalhar e elevar o potencial das indústrias paulistas do Brasil ao patamar desejável para o crescimento e para o desenvolvimento do país”, diz o documento, assinado pelo presidente Robson de Andrade.
O embate político que tomou a Fiesp teve um dos pontos altos na sexta-feira, (20). No fim da tarde, uma circular enviada a funcionários e colaboradores da entidade informava que o conselheiro mais velho, Miguel Elias Haddad, de 95 anos, havia tomado posse interinamente da presidência da federação. O e-mail, enviado da sala da presidência, não estava nem sequer em papel timbrado.
O fato resultou em notificação extrajudicial “por práticas não autorizadas pela presidência” e “violação do estatuto” encaminhada por Josué a diretores e funcionários da Fiesp. Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a disputa avança para se tornar um litígio na Justiça.