Papuda: bolsonaristas estão separados de bandidos comuns

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Ueslei Marcelino

Após darem entrada no sistema carcerário do Distrito Federal, os envolvidos com os atos golpistas em Brasília no último domingo estão mantidos em galerias exclusivas, separadas das áreas nas quais ficam os presos por outros crimes. Ao todo, 1.398 extremistas ingressaram em cadeias distritais nos últimos dias — 904 homens, levados para o Centro de Detenção Provisória II, conhecido como Papuda, e 494 mulheres conduzidas à Penitenciária Feminina do DF, a Colmeia.

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) do DF, todos os presos passaram por avaliação médica no momento da chegada. O procedimento inclui exame de presão arterial, diabetes e coleta de sangue para checar outras possíveis enfermidades, como tuberculose e DSTs.

Neste momento, também é feito teste de Covid-19, além da oferta de imunização contra o coronavírus e outras doenças. A vacinação, porém, é opcional.

As celas destinadas ao grupo abrigam números diferentes de presos, e cada uma tem um único banheiro. Os detentos receberam o uniforme prisional e um colchão, além de kits higiene com itens como sabonete e creme dental. Todos realizam quatro refeições diárias: café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.

A chegada quase simultânea dos quase 1.400 presos representou um acréscimo de aproximadamente 10% no número de detentos do Distrito Federal, que girava em torno de 15 mil pessoas até então. Só na Papuda, onde havia pouco mais de mil reclusos, a população carcerária quase dobrou de uma única vez. Já a quantidade de presas na Colmeia saltou de aproximadamente 700 para 1.165 nesta quarta-feira, em um salto de 70%.

O total de presos envolvidos com os atos golpistas também é superior a todo o efetivo de policiais penais disponíveis no DF. De acordo com a Seap, 821 agentes participaram dos trabalhos de recebimento aos novos internos.

“Agradeço aos policiais penais por não medirem esforços para cumprir a missão com êxito”, escreveu, em nota, o secretário distrital de Administração Penitenciária, Wnderson Souza e Teles. No texto, o titular da pasta frisa que os subordinados resguardaram “a segurança da população e das pessoas presas” e “não mediram esforços para cumprir a missão com êxito”.

Após o ingresso no sistema prisional, os presos estão passando pelas audiências de custódia, que também estão acontecendo em meio a uma força-tarefa do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Os procedimentos começaram nesta quarta-feira e devem continuar nos próximos dias.

O Globo