Randolfe quer fundir rede a PT ou PSB
Foto: Gesival Nogueira/Valor
Líder do governo Lula no Congresso Nacional, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defenderá que o Rede Sustentabilidade, partido do qual fazem parte ele e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seja incorporado por uma sigla mais robusta, como o PT e o PSB.
O senador revelou o plano, em primeira mão, em entrevista ao Valor, após ser questionado sobre especulações de que estaria deixando a sigla. “Quero propor, democraticamente, o debate sobre a possibilidade de a Rede ser incorporada por outro partido maior, para fortalecer o desafio histórico de constituir uma frente ampla”, disse.
“Seria se juntar a outro partido do campo democrático e popular, sendo dois em especial os que têm identidade com essa ideia: o PT, que é o maior partido de centro-esquerda da América Latina e do qual vários de nós, como eu e a própria Marina, viemos; ou com o PSB, com quem estivemos juntos na chapa de Eduardo Campos e Marina.
Então, antes de falar de qualquer possibilidade de saída do partido, eu quero propor essa ideia”, detalhou. Criado em 2013, o Rede teve Marina Silva como candidata à Presidência em 2014.
Anunciada como postulante à vice-presidência na chapa de Eduardo Campos (PSDB), ela assumiu a cabeça da chapa após a morte do ex-governador pernambucano em um acidente aéreo, em agosto.
Marina obteve a terceira colocação, ficando fora do segundo turno. Nas eleições seguintes, o partido passou por dificuldades, em 2018, não alcançou a cláusula de barreira e só a superou em 2022 por ter se constituído em federação com o Psol, elegendo apenas dois deputados – Marina e Túlio Gadelha (PE).
“Nós nos lançamos como movimento em 2013 e o próprio estatuto tem uma cláusula que diz: 10 anos após a sua fundação, a Rede iria avaliar se é o caso de continuar existindo como partido”, lembra Randolfe.
O senador diz já ter sondado alguns companheiros de partido sobre a possibilidade, mas ainda não ter falado a respeito com Marina Silva.
“Eu conversei com algumas pessoas da Rede. Ainda não travei esse diálogo com a Marina. Alguns não simpatizaram com a ideia, outros vários têm simpatia. Pode ser que a ampla maioria diga que não, que não é producente, que é melhor tentarmos sobreviver com a parca estrutura que hoje temos. Pode ter nuances diferentes de como seguir. Minha decisão individual só ocorrerá após exaurir esse debate”.