Senadores bolsonaristas mudam para partidos pró-Lula

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Foto: Reprodução

A troca de governo e o favoritismo de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para se reeleger na presidência do Senado motivou um êxodo de parlamentares de partidos de centro para siglas aliadas ao Palácio do Planalto. Às vésperas da posse da nova Legislatura, na quarta-feira, ao menos seis senadores já acertaram mudar de partido. O PSB e o PSD são os que mais devem ganhar nomes.

Mara Gabrilli (PSDB-SP) e Eliziane Gama (Cidadania-MA), por exemplo, já são consideradas pelo PSD como futuras senadoras da legenda. O partido comandado por Gilberto Kassab, que indicou três ministros no governo Lula, ainda negocia com o senador Jayme Campos (União Brasil-MT), e, assim, caminha para ser a principal força do Senado, com 16 parlamentares. O PL, atual maior bancada, tem 14.

O PSB, que atualmente conta com apenas um senador, negocia para chegar a cinco representantes. Após fechar a filiação do senador Jorge Kajuru (GO), que deixou o Podemos, deve anunciar em breve os nomes de Flávio Arns (Podemos-PR) e de Chico Rodrigues (União-RR). Rodrigues foi vice-líder de Jair Bolsonaro e, no ano passado, chegou a dar como certa sua entrada no PL, principal partido de oposição a Lula. Mas mudou de ideia e agora deve reforçar a base aliada.

A mudança de lado de um bolsonarista já havia ocorrido no ano passado. Suplente do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), Margarteh Buzetti, que na campanha declarou voto em Bolsonaro, deixou o PP para integrar o PSD em dezembro. A troca de sigla foi uma das condições para Fávaro assumir o Ministério da Agricultura e se licenciar do cargo no Senado, abrindo a vaga para ela.

Embora as siglas aliadas tenham reforçado seus times, no PT há previsão de apenas um nome novo: o de Randolfe Rodrigues, atualmente na Rede, que assumirá a função de líder do governo no Congresso. Já no campo bolsonarista também houve a troca de partido de Cleitinho, que deixou o nanico PSC, partido pelo qual foi eleito senador, para ingressar no Republicanos.

As mudanças não chegam a afetar a correlação de forças na eleição da Casa, mas apontam para uma “tendência natural do fisiologismo político brasileiro”, diz a cientista política Mayra Goulart, da UFRJ:

— Eleitos que não têm perfil ideológico buscam cargos e recursos. Esses grupos tendem a estar orbitando governos e mudar de acordo com quem está à frente do Executivo.

O Globo