Sobrinho de Bolsonaro quer Justiça gratuita
Processado por ter participado dos atos terroristas que culminaram na depredação da sede dos Três Poderes no último dia 8 em Brasília, o sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Léo índio, solicitou gratuidade de Justiça ao Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta terça-feira, o familiar do antigo chefe do Executivo anexou uma declaração de hipossuficiência ao processo.
“Não tenho condições de arcar com as despesas decorrentes do presente processo e honorários advocatícios sucumbenciais, sem prejuízo do meu próprio sustento e da minha família, necessitando, assim, da gratuidade de justiça a qual há de abranger a todos os atos do processo”, diz Léo índio em trecho do documento que será analisado pelo relator, o ministro Dias Toffoli. Atualmente, ele é defendido pela advogada Clarice Pereira Pinto.
Após ter publicado fotos na rampa do Congresso Nacional, o sobrinho de Bolsonaro tornou-se alvo de uma notícia-crime no último dia 17, como antecipou a coluna de Lauro Jardim. Na ação protocolada pelo Coletivo Direito Popular — formado por advogados da Universidade Federal Fluminense (UFF) — ele é acusado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e de Golpe de Estado e é pedida sua prisão preventiva.
Sem ensino superior, Léo índio informou à Corte que sua ocupação atual é de vendedor. No passado, ele chegou a ser assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e ocupou cargos de confiança nos gabinetes do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e da liderança do PL no Senado Federal, pelo qual recebia um salário de R$ 5,7 mil. Em julho passado, ele foi exonerado.
Também em 2022, ele tentou se eleger como deputado distrital sob a alcunha de Léo Bolsonaro. O sobrinho não tem o sobrenome do ex-presidente por ser filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Carlos, Eduardo e Flávio.
À época, não declarou bens à Justiça Eleitoral. No pleito, ele obteve 1801 votos e conquistou uma vaga na Câmara Legislativa do Distrito Federal.
O GLOBO não conseguiu localizar a defesa de Léo Índio, o espaço segue aberto para manifestações.
Passado de investigações
Em 2021, a Folha de S.Paulo publicou que o primo dos filhos do então presidente foi investigado em inquérito da Procuradoria-Geral da República (PGR) que apurou a organização e o financiamento de atos antidemocráticos em 7 de setembro, além de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
À época, ele postou nas redes sociais uma campanha de arrecadação visando as manifestações pró-governo. Ele divulgou chaves Pix e um QR Code para doação de criptomoedas que ajudassem a financiar os atos. As publicações foram bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes.