TSE inclui minuta golpista na conta de Bolsonaro

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Foto: Agência Brasil

O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, decidiu incluir em uma ação que pede a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a minuta de um decreto encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres que tinha como objetivo instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022.

O ministro atendeu a um pedido do PDT, na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que questiona uma reunião com embaixadores em que Bolsonaro divulgou “fake news” contra o sistema eleitoral brasileiro, em julho do ano passado.

Em seu despacho, Benedito apontou que há “inequívoca correlação entre os fatos” e pediu para que o ministro Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito que apura os atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF), envie uma cópia do documento apreendido pela Polícia Federal na residência de Torres na semana passada, “bem como de outros documentos e informações resultantes da busca e apreensão que digam respeito ao processo eleitoral de 2022, em especial voltados para a deslegitimação dos resultados”.

No pedido, o PDT argumentou que o discurso realizado por Bolsonaro no encontro do ano passado não mirava apenas os embaixadores, pois estaria inserido na estratégia de campanha do ex-presidente de “mobilizar suas bases” por meio de falsas acusações sobre o sistema de votação.

Para a sigla, a minuta de decreto materializa a proposta de alteração do resultado do pleito, que teve como vencedor Luiz Inácio Lula da Silva, pois “densifica os argumentos que evidenciam a ocorrência de abuso de poder político tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral”.

Como mostrou o Valor nessa segunda-feira (16), entre ministros de cortes superiores, a avaliação é que a condenação de Bolsonaro na esfera eleitoral é inevitável. Há quem aposte que o julgamento no TSE para cassar os direitos políticos do ex-chefe do Executivo aconteça já em março. Ao todo, Bolsonaro responde a 15 ações que podem levar à sua inelegibilidade.

Valor Econômico