Bolsonaro agora diz urnas são seguras

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Foto: Reprodução/O Positivo

Em entrevista ao “Wall Street Journal”, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que pretende retornar ao Brasil em março para tentar liderar a oposição e defender-se das acusações de ter insuflado ataques de manifestantes a prédios do governo no mês passado. “O movimento de direita não morreu e continuaremos a existir”, afirmou, em sua primeira entrevista desde que chegou aos Estados Unidos, no dia 30 de dezembro.

Ele afirmou que trabalhará para seus aliados no Congresso e nos governos estaduais para pressionar por políticas pró-negócios, contra o aborto, e o controle de armas

Na entrevista, Bolsonaro afirmou que “perder é parte do processo eleitoral”. “Eu não estou dizendo que houve fraude, mas o processo sofreu viés”, afirmou. O jornal americano lembra que o ex-presidente perdeu as eleições no ano passado, em eleições reconhecidas como corretas por diversos observadores eleitorais, entre eles a Organização dos Estados Americanos (OEA).

A publicação cita que Bolsonaro é investigado no Brasil por possível relação com a depredação da sede dos três poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. Bolsonaro negou envolvimento. “Eu não estava lá e querem me responsabilizar por isso” disse. O ex-presidente negou que tenha ocorrido uma tentativa de golpe de Estado. “Golpe? que golpe? Onde estava o comandante? onde estavam as tropas? as bombas?”, indagou.

O ex-presidente ter ficado surpreso com a derrota, dada a força que o PL demonstrou nas eleições legislativas e estaduais. “O agronegócio estava comigo, a maioria dos evangélicos estava comigo, os proprietáiros de armas estavam comigo”, disse. Ele afirmou se ver como “um líder nacional da direita, como ninguém mais no momento”. O ex-presidente comentou a visita de Lula aos Estados Unidos na semana passada. “Ele só veio aqui para ser o centro das atenções”.

Indagado se teria feito algo diferente durante seu mandato, Bolsonaro citou a sua conduta durante a pandemia de covid-19, marcada pelo negacionismo científico. “Eu não falaria nada, deixaria esse assunto nas mãos do Ministério da Saúde”, afirmou. Ele disse que ainda está indeciso sobre concorrer novamente à presidência. Reconhece que há riscos jurídicos em sua volta ao Brasil e que “ uma ordem de prisão pode surgir do nada”.

Valor Econômico