Brasil quer US$ 1 bi dos EUA para Amazônia

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Foto: U.S. Department of State

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, órgão responsável pela gestão dos recursos do Fundo Amazônia, defendeu ao assessor especial do governo americano para o Clima, John Kerry, que os Estados Unidos contribuam com ao menos US$ 1 bilhão ao ano para o fundo. A reunião aconteceu nesta segunda-feira (27/2) no Itamaraty.

No encontro, Kerry perguntou que valor o Brasil esperava dos EUA para o Fundo Amazônia. O enviado do presidente norte-americano, Joe Biden, também lembrou que o repasse precisa ser aprovado pelo Congresso daquele país. O valor inicialmente sugerido pelos Estados Unidos, US$ 50 milhões, decepcionou negociadores brasileiros, especialmente pela distância dos US$ 20 bilhões que Biden, na campanha de 2020, prometeu arrecadar junto a outros países para a proteção da Amazônia.

De acordo com participantes da reunião, Mercadante cobrou empenho dos Estados Unidos e citou US$ 1 bilhão como um bom valor inicial. Segundo participantes da reunião ouvidos pela coluna, Mercadante questionou como os EUA, maior economia do mundo, enviariam menos dinheiro do que a Noruega, maior financiador do fundo. Mercadante brincou que seu papel ali não era agir como diplomata, como os demais presentes, mas ser objetivo. Kerry riu.

Kerry e Marina Silva anunciarão ainda nesta terça-feira (28/2) a criação de grupos de trabalho entre autoridades dos dois países para a cooperação em torno de temas ligados ao meio ambiente.

Mercadante sugeriu a Kerry uma série de pontos que poderiam ser acrescentados à agenda bilateral dos dois países, entre eles a cooperação para a segurança das fronteiras da Amazônia e, fora do tema ambiental, na construção do Complexo Industrial da Saúde, que englobaria o conjunto de indústria de pesquisa e produção de medicamentos e ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs), insumo básico para o setor.

Também está prevista nessa agenda bilateral a cooperação no desenvolvimento de energias limpas, setor em que o BNDES já têm uma série de investimentos, fabricação de ônibus elétricos e biocombustíveis.

No último dia 10, após uma reunião com Joe Biden na Casa Branca, Lula e o presidente norte-americano afirmaram em comunicado conjunto que os EUA decidiram aderir ao Fundo Amazônia. A Noruega e a Alemanha são os principais doadores do fundo ambiental.

O Fundo Amazônia ficou parado durante todo o governo Bolsonaro. No ano passado, dia seguinte à vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro, a Noruega anunciou que retomaria os repasses. Em 3 de janeiro, dois dias após a posse de Lula, a Noruega informou que o Brasil já poderá aplicar R$ 3 bilhões dessa verba.

Metrópoles