Discreto, Alckmin aguarda para visitar vítimas de tragédia
Foto: Cristiano Mariz/O Globo
No próximo sábado (25), uma semana depois da tragédia, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) vai visitar a região do litoral paulista onde as fortes chuvas vitimaram 49 pessoas durante o carnaval.
A previsão da equipe do vice é que ele desça do avião da FAB em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e de lá desça a serra até São Sebastião, onde deve se encontrar com o governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos.
Mas a demora de Alckmin em tomar essa iniciativa intrigou políticos locais e da própria base do governo. Se o presidente Lula e vários ministros já foram à região vistoriar os estragos e demonstrar a solidariedade do governo, por que logo Alckmin, que governou São Paulo durante 12 anos, ainda não foi?
Não falta, na equipe de Lula , quem diga que a hesitação tem a ver justamente com o temor de de ser mal recebido e até responsabilizado pela tragédia, já que a região de São Sebastião é alvo de projetos inconclusos de governos passados — incluindo o dele, Alckmin.
Quando questionados a respeito, porém, aliados se apressam em apresentar explicações alternativas para a ausência do ex-governador, que no primeiro momento manifestou solidariedade às vítimas da tragédia pelo Twitter.
A primeira seria precaução, já que, pelo protocolo de segurança de autoridade, não seria prudente o presidente da República e o vice visitarem um local de risco juntos, ao mesmo tempo.
Mas há um outro motivo pelo qual Alckmin tem procurado se precaver: o vice não quer que pareça que ele está afoito para aparecer no local da tragédia nem ser acusado de disputar protagonismo com o chefe, o presidente Lula.
Segundo interlocutores de Alckmin, ele passou a semana discutindo a crise no litoral com Lula e chegou a ficar de prontidão para a viagem. Mas só na noite desta quinta bateu o martelo e decidiu ir.
O vice e ex-governador será o 12º integrante do primeiro escalão do governo federal a descer a Serra do Mar para vistoriar a região atingida pelos deslizamentos, além de Lula.
Já estiveram na área a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; Waldez Góes, da Integração e do Desenvolvimento Regional; Rui Costa, da Casa Civil; Márcio França, dos Portos e Aeroportos; Jader Barbalho Filho, das Cidades; Renan Filho, dos Transportes; Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário; Alexandre Padilha, das Relações Institucionais; Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral; Ana Moser, dos Esportes e Paulo Pimenta, da Comunicação.
O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, também já foi a São Sebastião, e o do Exército, Tomás Paiva, estará lá hoje.