Genocídio de Yanomamis é maior risco a Bolsonaro

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Foto: Michael Dantas/AFP

A maior ameaça de prisão de Jair Bolsonaro (PL), admitida por ele em entrevista ao jornal Wall Street Journal, vem das investigações sobre o possível crime de genocídio do povo Yanomami, avaliam aliados do ex-presidente e integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) ao blog.

No fim de janeiro, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou a abertura de um inquérito para investigar a crise humanitária vivida pelos Yanomami, e incluiu entre os investigados integrantes do governo Bolsonaro, e afirmou haver indícios de omissão das autoridades, como a falta de controle de tráfego aéreo de Roraima (onde fica a Terra Indígena Yanomami) e vazamentos de operações.

Segundo uma fonte ouvida pelo blog, aliados têm dito a Bolsonaro que a crise humanitária Yanomami não só é a principal fonte de desgaste político para o ex-presidente, mas também que a farta documentação sobre a forma como o governo agiu pode levar a punições e, em última instância, à prisão dos envolvidos.

Por esse motivo, de acordo com essa fonte, aliados do ex-presidente têm tentado terceirizar as responsabilidades e circunscrevê-las a assessores do ex-presidente, como os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga (Saúde).

Além da crise humanitária Yanomami, outra ameaça contra Bolsonaro são as ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na terça-feira (14), por exemplo, a Corte decidiu manter a minuta do golpe – documento de teor antidemocrático encontrado na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres – na investigação sobre abuso de poder político e econômico contra o ex-presidente.

A expectativa no entorno de Bolsonaro é que essas ações acabem por levar à inelegibilidade do ex-presidente.

Caso isso aconteça, a estratégia será explorar politicamente a condenação e apresentar Bolsonaro como vítima de uma perseguição do judiciário.

G1