Partido de Bolsonaro pode se aliar ao PT

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Foto: Reuters e Folhapress

Lideranças do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) negociam um acordo com o PL para compor a Mesa Diretora da Casa. Os dois partidos são adversários tanto no campo nacional quanto no âmbito local, mas, em São Paulo, devem colaborar um com o outro para conquista o comando da Assembleia Legislativa.

O acordo em negociação prevê o apoio do PT à eleição do deputado estadual André do Prado (PL) para a presidência da Casa. Em troca, o PT teria assegurado o segundo cargo mais importante da Mesa, a primeira secretaria.

A eleição acontece em 15 de março, mesmo dia em que tomam posse os 94 deputados estaduais eleitos em outubro de 2022. Para se eleger presidente, André do Prado precisa de 48 votos – ou seja, a metade do total de deputados estaduais mais um.

A estratégia de André do Prado é arregimentar os votos do PL, do PSDB (em federação com o Cidadania) e do PT (em federação com o PCdoB). O PL detém a maior bancada da Casa, com dezenove deputados. O PT é o segundo mais numeroso, com dezoito cadeiras. O PSDB elegeu nove deputados.

Além do peso de estar na maior bancada da Assembleia de São Paulo, André do Prado conta com o apoio do governado do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do líder nacional do PL Valdemar Costa Neto. Valdemar vem articulando desde janeiro pessoalmente em favor de Prado.

Ainda que seja do mesmo partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, André do Prado é visto pelos pares como um parlamentar ponderado e aberto ao diálogo.

Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário de Governo de Tarcísio, foi outra peça fundamental dessa negociação para o comando da Alesp.

Kassab garantiu que o governador estivesse de acordo com a articulação – e abrisse mão de ter no comando da Assembleia um nome do Republicanos. O partido de Tarcísio obteve oito cadeiras nas eleições de 2022.

Kassab também obteve o aval do governador para a costura com o PT, que, declaradamente, será oposição a Tarcísio.

O PT ocupa atualmente a primeira secretaria, na gestão do tucano Carlão Pignatari. O nome do PT na Mesa Diretora hoje é o deputado Luiz Fernando Ferreira. Os deputados do PT considerados para ocupar a posição sob a presidência de André do Prado são: Emídio de Souza, Ênio Tatto e Teonílio Barba.

Nos bastidores, líderes do PT na Assembleia afirmam que a primeira secretaria é um direito do PT, pelo tamanho da bancada do partido. Rebatem ainda críticas de que isso significaria um alinhamento do partido com o PL e com o governo Tarcísio. A ideia é manter o posicionamento de oposição e buscar dialogar com o novo presidente a ser eleito pela Assembleia, tendo poder nas decisões da Casa, sejam administrativas, sejam políticas.

A Mesa Diretora da Assembleia de São Paulo tem oito assentos. Os mais altos são: o presidente, o primeiro secretário e o segundo secretário. Eles são eleitos em voto aberto. Em seguida vêm os membros substitutos: quatro vice-presidentes e mais um terceiro secretário.

Valor Econômico