Promover paz na Europa tornará Brasil “player global”

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Eduardo Guimarães

Lula tem um plano audacioso para tornar o Brasil um “player” global. Pretende promover a paz na Europa fazendo com que Rússia e Ucrânia ponham fim às hostilidades. Para atingir esse objetivo, o presidente da República precisa do respeito dos dois lados. Se tomar partido de um deles, o outro lado não o aceitará mais como interlocutor confiável.

Recentemente, demonstrou como fazer para ser interlocutor confiável para os dois lados. Foi favorável à retirada de tropas russas da Ucrânia durante votação na quinta-feira passada (23) na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Poucos dias antes, negou pedido da Alemanha para que o Brasil fornecesse munição de tanques que seria repassada por Berlim à Ucrânia.

As duas decisões desagradaram grupos ultraidelógicos pró-Otan e EUA e pró-Rússía. Quem sabe como o presidente pensa sobre extremismos ideológicos, sabe que ele ainda vai desagradar muito a esses dois lados.

O que Lula diz, para quem quiser ouvir, é que a Guerra Fria terminou, ainda que extremistas ideológicos queiram manter viva essa chama.

Claro que é preciso lembrar que os EUA cometeram muitos crimes mundo afora, inclusive no Brasil. Do golpe de 1964 ao apoio à prisão de Lula em 2016, foram décadas de interferências em nossa institucionalidade. E isso nunca será esquecido.

Todavia, após Donald Trump ter apoiado o extremismo de direita bolsonarista no Brasil e a prisão de Lula, Joe Biden evitou um golpe militar por aqui — recentemente — e isso tampouco deve ser esquecido, pois sem o apoio dos EUA os militares não teriam hesitado…

O fato é que o mundo mudou. Hoje, o conflito entre capitalismo e “comunismo” não existe de verdade. Prova disso é que os EUA apoiaram a terceira eleição de Lula e o chamaram para desempenhar um papel de liderança global que muito nos interessa. O peso de o Brasil conseguir encaminhar um acordo de paz na Europa é GIGANTESCO. Cacifará este país para falar de igual para igual com as grandes potências. E vai nos tirar de vez do isolamento bolsonarista.

O Brasil tem a chance de ingressar no século 21, do qual foi arrancado por Bolsonaro, sendo jogado nos anos 1970. E a missão de Lula não é simples. Temos uma extrema-direita que atua simultaneamente aqui e nos EUA. E que se fortaleceu muito nos últimos anos. Mas o mundo se uniu em torno de Lula para evitar isso. É o que nos separa da escuridão.

Redação