Tarcísio busca mostrar que é diferente de Bolsonaro

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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A tragédia ambiental no litoral norte de São Paulo expôs dois políticos, de gerações, experiências e tendências diferentes, governando com civilidade, racionalidade e pragmatismo.

A volta à normalidade é a principal novidade no Brasil. E isso se confirma, sobretudo, na superação — sem direito ao esquecimento — da insurreição extremista de 8 de janeiro.

O drama diluviano paulista não acabou, mas nas intervenções iniciais Lula e Tarcísio de Freitas estabeleceram um inevitável contraste com a indolência assumida por Jair Bolsonaro nos quatro anos de governo. São múltiplos os exemplos dessa apatia calculada — da pandemia ao desastre das enchentes na Bahia, no final de 2021, quando se recusou a interromper as férias de verão no litoral paulista.

Estreante na política, Tarcísio avança na encarnação do governante de centro-direita, moderado e pragmático, até agora sem oposição visível em São Paulo.

Tateia o rumo, como deixou claro em conversa com banqueiros dias antes do dilúvio: “Não importa se você é de direita ou de esquerda, pobre não sabe o que é direta ou esquerda. Ele [sabe que] precisa de teto, abrigo. Precisa de proteção, de saúde, de resolução de seus problemas imediatos.”

A centro-direita começou a tomar distância do extremismo bolsonarista na campanha do ano passado. A sucessão de erros de Bolsonaro, que depois da derrota jogou pela janela a liderança da oposição a Lula, abriu espaço para novas lideranças.

É cedo demais para definições. Mas, pela disposição demonstrada, o governador de São Paulo incluiu seu nome na lista de referências para o pedaço da direita que se reconhece como democrática e procura alternativa de liderança. Na crise, Tarcísio de Freitas tornou-se beneficiário do contraste com Bolsonaro.

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