Telegram para de crescer sem Bolsonaro

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Foto: KRILL KUDRYAVTSEV / AFP

Depois de registrar crescimento contínuo desde janeiro de 2019, o Telegram parou de ganhar novos usuários no Brasil, mostra nova pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, divulgada na sexta-feira passada. Ao todo, o aplicativo está instalado em 65% dos aparelhos smartphones, mesmo número registrado em agosto do ano passado. Em 2019, o índice era de apenas 13%.

O WhatsApp, por sua vez, mantém a liderança entre os serviços de mensagens e segue presente em 99% dos aparelhos. Em seguida, estão o Instagram (87%) e o Facebook Messenger (68%).

A pesquisa mostrou ainda que 43% dos seus usuários declaram abrir o Telegram todo dia ou quase todo dia. Esse número era de 50% no levantamento anterior, em agosto do ano passado. No caso do WhatsApp, passou de 95% para 93% a proporção de seus usuários que abrem o app todo dia ou quase todo dia.

Resultados da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel no Brasil — Foto: Reprodução

O levantamento destaca que a paralisação do crescimento do Telegram e a queda no engajamento de seus usuários coincide com o fim as eleições no país e com a troca de poder no governo federal. Nos últimos anos, o uso do Telegram passou a ser incentivado por bolsonaristas, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, em meio a medidas do WhatsApp contra a viralização de conteúdos. O canal de Bolsonaro no aplicativo tem quase 2,8 milhões de inscritos.

O aplicativo também levantou preocupação de pesquisadores e gerou uma reação do Supremo Tribunal Federal (STF) por não ter representação no país e não responder a demandas judiciais. Um bloqueio do aplicativo chegou a ser determinado em março do ano passado pelo ministro Alexandre de Moraes, mas houve um recuo após a plataforma indicar um representante no país e passar a cumprir determinações do tribunal.

Produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box, a pesquisa entrevistou 2.086 brasileiros com mais de 16 anos de idade que acessam a internet e possuem smartphone. As entrevistas foram feitas on-line entre 11 e 23 de janeiro de 2023. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais e o grau de confiança é de 95%.

O Globo