Vereador de cidade dos escravos no RS quer agora argentinos

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Foto: Bruna Giusti/ Câmara Caxias/Divulgação

Em sessão da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, onde três dos 207 trabalhadores nordestinos encontrados em situação insalubre denunciaram os crimes à PRF, defendeu o fim da contratação de “baianos” para evitar novos problemas trabalhistas.

“O patrão vai ter que pagar empregada para fazer limpeza para os bonitos todos os dias também? É isso que vai ter que acontecer? Temo (sic) que botar eles em hotel cinco estrela (sic) para não ter problema com o Ministério do Trabalho?”, disse nesta terça o vereador Sandro Fantinel (PATRIOTA).

“Não contratem mais aquela gente lá de cima. Conversem comigo, vamos criar uma linha e vamos contratar os argentino (sic)”, seguiu o parlamentar em recado a agricultores e empresas agrícolas.

“Com os baiano (sic), que a única cultura que eles têm é viver na praia tocando tambor, era normal que isso fosse acontecer. Que isso sirva de lição, deixem de lado aquele povo que é acostumado com carnaval e festa para vocês não se incomodar (sic) novamente”.

O Ministério Público do Trabalho deflagrou operação que encontrou trabalhadores alojados em uma pousada em Bento Gonçalves, cidade vizinha de Caxias do Sul. Os homens saíram da Bahia com promessa de emprego, alimentação e hospedagem, mas foram alimentados com comida estragada e submetidos a ataques com máquina de choque e spray de pimenta.

Eles foram explorados pela empresa Oliveira & Santana, que prestava serviços para as vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi. Uma entidade empresarial da região relacionou as condições análogas à escravidão a políticas de assistência social e à falta de mão obra na Serra Gaúcha.

Após o resgate dos trabalhadores na quarta-feira passada, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania marcou, para 13 de março, uma reunião da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo.

“Diante das graves denúncias, solicitei uma reunião extraordinária da Conatrae para articular ações imediatas em relação ao caso na esfera criminal e trabalhista, mas, principalmente, dar suporte às pessoas que foram resgatadas, a fim de que elas possam ter a melhor assistência possível”, disse o ministro Silvio Almeida.

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