Viagem de Lula à China pode tirar Brasil do buraco

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Foto: REUTERS/Adriano Machado

Temos várias incógnitas para o ano exportador, vital para o desempenho do agronegócio brasileiro. Entre outras, a guerra Ucrânia-Rússia, sem esperanças, no momento de terminar.

A desaceleração global, em função das recentes elevações das taxas de juros, na Europa e Estados Unidos, correm riscos de redução das atividades e até de recessão. Além da ofensiva da crise geopolítica entre China e Estados Unidos.

E, agora, o caso com a China e as suspensões dos embarques enquanto o caso do mal da vaca louca não se resolva.

No caso do nosso principal parceiro, a China, espera-se que com a viagem do presidente Lula à China traga resultados para a parceria, em termos de aumento das exportações , principalmente para o agronegócio, apesar de não haver, segundo especialistas, crescimento acelerado do ponto de vista econômico.

Estima-se que haverá um crescimento das exportações de minério de ferro e milho.

Quanto às carnes bovinas, com o surgimento de um caso de vaca louca, no Pará, provavelmente, um caso esporádico, aguardando confirmações da contraprova, o Ministério da Agricultura suspendeu as exportações para China.

Espera-se que logo retornem, mas, em 2021, ficamos mais de 100 dias sem exportar e alguns importadores solicitaram descontos. Sabemos que os chineses são bons negociadores. Todo cuidado é pouco.

Em relação ao Brasil, há um novo governo, que traz novas esperanças à economia do país. Temas como meio ambiente, comércio exterior, reindustrialização e políticas de apoio à governança corporativa, são as peças-chaves do equacionamento econômico.

Mas os desafios estão presentes. As chamadas reformas estruturais, como a Administrativa, tributária e política.

Com referência às exportações do agribusiness, a expectativa atual de safra recorde de grãos neste ano vai beneficiar o embarque de commodities agrícolas, com uma combinação de volume e câmbio, apesar de que há projeções que os preços das principais commodities devem sofrer uma queda neste ano.

As exportações totais projetadas para 2023 irão do intervalo de US$ 325 a US$ 360 bilhões, enquanto que as importações deverão chegar entre US$.250 a US$ 300 bilhões. O superávit comercial estaria entre US$ 60 a US$ 75 bilhões.

Alguns especialistas estimam um cenário mais pessimista, de um superávit comercial de US$ 50 bilhões.

A contribuição do setor externo para o Produto Interno Bruto (PIB) está estimado entre 0,6 a 0,7 ponto percentual, para o crescimento do PIB ao redor de 3,2% estimado para 2022.

Para o ano de 2023, a estimativa de contribuição se reduz para 0,3 ponto percentual, metade do ocorrido em 2022. O PIB de 2023, segundo estimativas, crescerá entre 0,5% a 1,0%.

Há a necessidade de focar nos países do Sudeste Asiático, que demonstraram resultou surpreendentes em 2022 e que continuam abertos para as exportações brasileiras.

No Oriente Médio, a demanda de alimentos continua crescente, em razão da segurança alimentar e sanitária.

No caso da América Latina, as crises instaladas em vários países devem impactar negativamente nas exportações de manufaturados do Brasil. Espera-se que com o novo governo , o Brasil volte a ter liderança na região e que possamos aumentar o comércio entre os países.

Com a União Europeia, destravando o Acordo Mercosul com o bloco, com a promessa do novo governo, referente à proteção ambiental, há possibilidades concretas de aumentar as exportações do agribusiness, apesar dos protecionistas europeus..

No caso da África, há mercados já consolidados, como Egito, Nigéria, África do Sul, entre outros, também apresentam oportunidades para exportação de máquinas e equipamentos, além das exportações tradicionais.

Nos Estados Unidos, nosso segundo parceiro comercial, comprador de produtos manufaturados e investidor no Brasil, há preocupação com a possível recessão, mas devemos continuar investindo neste importante mercado.

Há de continuar com a redução da burocracia, melhorar a performance dos acordos comerciais, empreender novas missões comerciais e participação em feiras e exposições internacionais, para aumentar a nossa participação no mercado mundial”.

Money Times