Vice-presidente do PT defende Pazuello

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Foto: Reprodução

Criticado por seus seguidores após postar uma foto com Eduardo Pazuello (PL-RJ), com direito a elogios ao ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, Washington Quaquá, vice-presidente nacional do PT, reagiu aos comentários negativos. Em nova publicação, feita cerca de quatro horas depois da primeira, o dirigente petista traçou um paralelo entre a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva e as acusações contra Pazuello, que teve o indiciamento pedido pela CPI da Covid por diversos crimes.

“Dizem, com razão, que tivemos o Lula preso sem o devido processo legal, ultrapassando os limites da democracia. E aí arrebentam sem o devido processo legal”, afirmou Quaquá em um vídeo postado na noite desta terça-feira. “Se há algum processo, que o processo seja julgado, as partes ouvidas, e depois de o réu ser condenado, (que seja) preso”, prosseguiu o deputado federal petista, antes de arrematar: “E não fazer o que fizeram com o Lula, para começar”.

 

Na gravação, Quaquá reclama que as críticas, segundo ele, vêm “de uma esquerda que reclama do bolsonarismo e dos fascistas e os acusam de intolerantes”. Ele também classificou os responsáveis pelos ataques como “esquerda classe média”, “stalinistas” e “idiotas que escreveram bobagens na internet”. “Ao fascismo interessa essa lacração, essa bobagem de xingamento para lá e para cá. Quem não gosta de diálogo são os fascistas. A esquerda não deveria cair nesse erro”, defendeu o ex-prefeito de Maricá. Cinco minutos depois, Quaquá fez nova postagem, dessa vez com a foto de um burro: “De direita ou de esquerda, jumento é jumento”, diz o texto que acompanha a imagem.

O encontro entre o petista e Pazuello — segundo deputado federal mais votado do estado no ano passado, quando foi escolhido por mais de 200 mil eleitores — aconteceu após uma reunião de integrantes da bancada fluminense na Câmara com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na qual foram debatidos investimentos da estatal no Rio. A dupla posou sorridente para a foto que acabou compartilhada por Quaquá: “Gostei muito da conversa e do tom civilizado do general”, frisou o vice do PT.

Na postagem, Quaquá argumentou que “a tarefa do governo Lula e da figura maior do nosso presidente é unir, pacificar e reconstruir” o país. “A esquerda é dialógica e não intolerante e autoritária”, prosseguiu o deputado, frisando que pretende se valer da aproximação com Pazuello para “criar pontes de diálogo com os militares”.

A publicação do petista também tentou se antecipar a possíveis reações negativas: “Resolvi postar a foto nossa mesmo sabendo que intolerantes da direita e da esquerda vão criticar”. Pois dito e feito, com uma repercussão amplamente desfavorável entre os 15 mil seguidores do deputado no Instagram. “Acho até falta de respeito essa postagem depois de tudo o que ele fez na pandemia”, comentou uma internauta, ditando o tom hegemônico de reprovação.

Essa não é a primeira figura associada ao bolsonarismo de quem Quaquá se aproxima. O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ), um dos mais ferrenhos defensores do ex-presidente na política fluminense, inclusive com frequentes e duras críticas ao PT, foi um dos convidados pelo vice-presidente do partido para um jantar que reuniu diversos parlamentares na quarta-feira da semana passada, como revelou a colunista do GLOBO Malu Gaspar.

O Globo